Reunidos em Assembleia Geral Extraordinária, na noite de ontem (1), no Sindmepa, os médicos plantonistas do HPSM do Guamá decidiram manter a decisão de não retornar à escala de plantões. Durante a AGE, eles discutiram as propostas feitas pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) durante audiência no Ministério Público e aceitaram a volta do quarto clínico às escalas de plantão; a manutenção da equipe médica; a formação de um Grupo de Trabalho para discutir os problemas envolvendo a saúde no município de Belém. Porém, pedem a substituição do diretor geral do hospital com quem a categoria alega não ter diálogo.
ENTENDA O CASO
Um total de 53 médicos entregaram as escalas na semana passada após decisão da gestão de retirada do quarto clinico dos plantões reduzindo para três o número de médicos de plantão. Eles consideram a demanda já excessiva para pouco médico e acharam inviável trabalhar com a escala ainda mais reduzida. Por não concordarem com a medida, entregaram os plantões e formalizaram boletim de ocorrência policial para se resguardar de possíveis responsabilizações futuras.
Para tentar chegar a uma solução para o impasse, o Ministério Público Estadual convocou para uma audiência de conciliação o Sindmepa, Sesma, Conselho Municipal de Saúde e a Procuradoria Municipal. Além de membros da diretoria do sindicato, compareceram médicos que compõem o quadro clínico do PSM do Guamá.
Segundo o diretor do Sindmepa João Gouveia, os problemas são recorrentes e não se resumem aos plantonistas do PSM do Guamá, mas a todos os médicos da Sesma. Plantões extras sem reajuste há cinco anos, atrasos sistemáticos de pagamentos; ausência de direitos trabalhistas; falta de local de repouso médico digno; médicos não têm direito a transporte e alimentação e ainda precisam levar travesseiros, fronhas e roupas de cama para os plantões. Ele relatou a situação de insatisfação generalizada na classe médica e a necessidade de abertura de um canal de comunicação com a gestão para que se evitem novos movimentos como o que motivou os médicos do Guamá.
A Sesma reconheceu na audiência que houve equívoco na decisão de cortar o quarto médico do plantão e disse que vai retomar a escala nos moldes anteriores. Com relação à mudança do diretor clínico, uma das reivindicações do grupo, o titular da Sesma, Sergio Amorim de Figueiredo, disse que isso não será possível agora, mas prometeu deslocar o coordenador de urgência e emergência da Sesma, Ivson Carvalho, para ser o interlocutor entre a direção e os médicos. O médico Ricardo Damasceno foi indicado como diretor técnico. O grande impasse é a direção geral do hospital, cuja permanência os médicos não aceitaram.