O candidato ao governo do estado do Pará, Marcio Miranda, da coligação Em Defesa do Pará, garantiu hoje, em reunião no Sindmepa, que, se eleito, vai defender a implementação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos médicos do Pará, uma luta de mais de 20 anos da categoria.
Márcio Miranda foi o primeiro candidato ao governo do estado a participar da Conversa com o Candidato, promovida pelo Sindmepa para divulgar as diretrizes defendidas pelas entidades médicas nacionais para a área da saúde. Ele ouviu as propostas do segmento e falou do seu plano de governo para uma plateia formada por médicos, acadêmicos de medicina, jornalistas, entre outros profissionais liberais.
A conversa atende a uma recomendação das entidades médicas nacionais que aprovaram em junho o Manifesto dos Médicos em Defesa da Saúde do Brasil, durante o XIII Encontro Nacional de Entidades Médicas (XIII Enem), em Brasília.
Entre as diretrizes do documento entregue ao candidato estão a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS); maior participação da União no investimento e no custeio da saúde no País; a qualificação da gestão para a melhoria da infraestrutura para atendimento a pacientes; e a criação de políticas de recursos humanos que valorizem profissionais brasileiros, estimulando sua migração e fixação em áreas de difícil provimento. Para isso, a criação de uma carreira de Estado para médicos, é fundamental na visão do segmento.
O evento foi aberto pelo presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Waldir Cardoso, que expôs as bases do documento e as recomendações das entidades médicas nacionais. “Estamos buscando dialogar com todos os candidatos para que nossas propostas para a saúde do nosso país cheguem ao mundo político”, explicou Waldir.
Ao dirigir-se à plateia, Marcio Miranda, que também é médico, explicou sua visão de governo e expressou a preocupação com os problemas da área da saúde no estado. “Quero dizer que o que eu sou é médico, estou apenas de passagem pela vida pública. E ajudei a mediar os debates para implantação do Plano de Carreira dos professores. Apresentei 24 emendas para melhorar aquele plano. Não é justo que não vá liderar a implantação do plano de carreira dos médicos, que já vem tarde. E virá por mim”.
Como médico do interior, disse que desenvolveu um olhar atento sobre os problemas de saúde da população e que está disposto a convocar os segmentos para o diálogo sobre qual o melhor caminho a seguir. “Quero ouvir os segmentos sobre qual o melhor modelo de saúde o estado do Pará deve seguir”. Entre as propostas, destacou o reforço à atenção básica, corte de gastos desnecessários, priorizando as áreas mais carentes de recursos, ampliação da rede de tratamento de câncer, construção de mais hospitais regionais e o combate às endemias.
O diretor de comunicação do Sindmepa, Wilson Machado, falou aos presentes sobre as conquistas da categoria que se dão em forma de benefícios aos médicos sindicalizados como o apoio na área jurídica, assessoria contábil, e uma série de outros serviços e produtos. Ele criticou o Mais Médicos e disse que o projeto não fidelizou médicos nos locais distantes do Brasil, e não levou um serviço de saúde de qualidade à população. “O que fideliza médico é um plano de carreira com começo, meio e fim. Só um plano de carreira vai resolver o problema dessas áreas mais carentes e gostaria que o senhor refletisse sobre isso”, pediu ao candidato.
Além do candidato ao governo, também participaram da conversa candidatos às eleições proporcionais, entre eles Arnaldo Jordy, Eduardo Costa, Heloísa Guimarães, Jaques Neves e Haroldo Martins.
Do Sindmepa, participaram ainda os diretores João Gouveia, Emanoel Resque, Verônica Costa, Paulo Bronze, Erivaldo Pereira, José Martins e Agostinho Neto.
Fotos: Kleiton Pantoja