As dificuldades para controle da tuberculose no Brasil e no mundo foram discutidas no CFM nesta sexta-feira (3), durante o I Fórum do CFM sobre a doença no País. Os tratamentos, dificuldades no enfrentamento e a preocupação com a resistência do bacilo tuberculoso foram alguns dos desafios debatidos. O encontro reuniu médicos infectologistas e outros especialistas, além de pesquisadores e consultores no tema.
O evento foi aberto pelo presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, e pelo conselheiro Sidnei Ferreira. Na cerimônia de abertura, o presidente destacou a preocupação com a volta de doenças como a poliomielite e o sarampo e com o controle da tuberculose. “Estamos atentos à questão da tuberculose no País. Por essa razão, temos no CFM uma Comissão dedicada exclusivamente a discutir o assunto. É fundamental o envolvimento dos médicos no combate a essa doença”, ressaltou Carlos Vital.
O Fórum foi conduzido pelo coordenador da Comissão para Discussão sobre a Tuberculose no Brasil, Sidnei Ferreira, também 2º secretário do CFM. O diretor celebrou o resultado do evento: “as discussões do Fórum foram extremamente proveitosas, com a participação de diversos especialistas e pesquisadores, além de representantes do Ministério da Saúde. Os participantes pediram a realização de um segundo fórum sobre a doença e o apoio do CFM em pesquisa multicêntrica nacional a ser elaborada pelos pesquisadores presentes”, comemora o coordenador do evento. Também participaram dos debates do Fórum os conselheiros Celso Murad, Jeancarlo Cavalcante e Lúcio Flávio Gonzaga.
As apresentações analisaram desafios como a falta de investimentos pela indústria farmacêutica, demora no tratamento e recidiva da doença entre os pacientes. Pela manhã, o Fórum promoveu a Mesa Redonda Panorama atual da Tuberculose no Brasil, aberta pela apresentação “Primeira década do tratamento RHZE/FDC no Brasil”, ministrada pela coordenadora-geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), Denise Arakaki Sanchez.
A representante do Programa apresentou dados sobre a incidência da doença e destacou que o Brasil é o único país das Américas presente em duas listas de países prioritários, tanto para tratamento de HIV quanto tuberculose.
A palestra foi seguida pela palestra “medicamentos em doses fixas combinadas, apresentada pela coordenadora-geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos do Ministério da Saúde, Lorena Evangelista; e da palestra sobre o impacto dos primeiros anos de diagnóstico molecular no Brasil, ministrada pelo coordenador do Programa Acadêmico de Tuberculose – Faculdade de Medicina da UFRJ, Afrânio kritski. As apresentações da manhã foram encerradas com a palestra Condutas na infecção latente, ministrada pela consultora técnica do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Brasil do Ministério da Saúde, Fernanda Dockhorn seguida de debate.
A mesa redonda realizada à tarde discutiu as dificuldades no controle das micobacterioses
A mesa redonda realizada à tarde discutiu as dificuldades no controle das micobacterioses
No período da tarde, as micobacterioses em debate foi o tema da mesa redonda que contou com apresentações sobre inibidores de TNF/imunológicos, ministrada pelo médico da Divisão de Tuberculose da Secretaria da Saúde de São Paulo e da Prefeitura do Município de São Paulo, Sidney Bombarda; perspectivas medicamentosas na tuberculose, conduzida pela pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo; além de Tuberculose na população pediátrica, com apresentação do professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro – (UFRJ), Clemax Couto Sant´Anna. A última palestra foi conduzida ainda por Margareth Dalcolmo, também membro do Comitê Assessor em Tuberculose do Ministério da Saúde. A apresentação abordou o tema micobactérias nas tuberculoses: doenças emergentes?.
O encontro foi encerrado com um debate entre os participantes e sugestões de estratégias para o combate à tuberculose.
Fonte: Portal CFM