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Ação da PF deve fundar novas bases para a gestão da saúde no Pará

EDITORIAL

A Operação SOS, deflagrada na última terça-feira, 29, pela Polícia Federal revelou que, por trás da contratação de Organizações Sociais para administração dos Hospitais de Campanha montados para atender pacientes com a Covid-19 pode estar um poderoso esquema de desvio público. Os contratos somados chegam a mais de R$ 1,2 bilhão. Os dados surpreendem e revoltam a população que precisa de atendimento e nem sempre encontra o serviço adequado. Revoltam também centenas de médicos que, nos últimos meses, atuaram na linha de frente para conter a pandemia, colocando suas vidas em risco, trabalhando em jornadas extenuantes e, pasme, ao final ainda ficam sem receber o pagamento pelo trabalho.

A Operação da Polícia Federal investiga as relações de quatro Organizações Sociais com o governo do Pará. São elas, Instituto Panamericano de Gestão, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui, Associação da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu e Instituto Nacional de Assistência Social. Há muito, o Sindicato dos Médicos do Pará vem se posicionando contra a forma pouco transparente como essas OSs atuam no Estado. Atrasos de salários e precarização da atividade fazem parte da rotina dos profissionais que prestam serviços para essas entidades. A Operação da PF confirma o que há muito já se suspeitava: não faltam recursos; o problema está na gestão.

Fotos cedidas pela Polícia Federal

Combater a corrupção e os desvios é um passo importante para garantir condições dignas aos trabalhadores da saúde e excelência no atendimento à população. O Sindmepa, como não poderia deixar de ser, apoia integralmente a apuração rigorosa dos fatos, a punição dos culpados e espera que, a partir de agora, se estabeleçam novas bases para a gestão da saúde no Pará.

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