A 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CNGTES), que acontece em Brasília entre os dias 10 e 13 de dezembro, marca um momento decisivo para a construção de políticas públicas voltadas aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). O evento teve a participação do médico Waldir Cardoso, membro do Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA) e diretor de Relações Internacionais da Federação Médica Brasileira (FMB), e de Hugo Oliveira, vice-diretor Acadêmico do SINDMEPA.
Os dois representantes do Pará irão compor a mesa da FMB, que foi escolhida pela organização do evento para abordar o “Espaço de Compartilhamento de Experiências Nacionais e Internacionais sobre Democracia, Trabalho e Educação na Saúde para o Desenvolvimento: Gente que faz o SUS acontecer”. A entidade apresentará a atividade intitulada “Um olhar para quem faz o SUS: debate e ação sobre os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Único de Saúde”, que aconteceu nesta terça-feira (10), primeiro dia do evento.
De maneira detalhada, as temáticas abordadas pela FMB destacaram a crescente precarização do trabalho médico no Brasil, impulsionada por fenômenos como terceirização, quarteirização e até “uberização” da medicina. Essa situação é atribuída a expansão das Organizações Sociais de Saúde (OSS), uma vez que elas têm sido apontadas como uma das principais responsáveis pela perda de direitos, achatamento salarial e desvalorização dos profissionais.
Dessa forma, a entidade reforça a necessidade de implantação de uma “Carreira de Estado para o SUS”, medida vista como essencial para garantir condições dignas de trabalho e melhorar a eficiência no atendimento público. Por isso, a situação envolve a participação de presidentes e diretores sindicais, inclusive, dos representantes de núcleos acadêmicos dos sindicatos de base.
“A luta por melhores condições de trabalho do médico deve começar ainda na graduação. A formação atual não contempla aspectos fundamentais do exercício profissional, deixando o futuro médico vulnerável a condições de trabalho insalubres. Por isso, a participação do Núcleo Acadêmico do Sindmepa na 4º CNGTES foi uma experiência que nenhum currículo acadêmico pode proporcionar: a vivência da construção de políticas públicas que valorizem os médicos brasileiros, e consequentemente, a sociedade”, disse Hugo Oliveira, vice-diretor acadêmico do SINDMEPA.
Para o médico Waldir Cardoso, eventos como o CNGTES servem para mostrar a importância dos médicos no serviço público e, por sua vez, merecer a devida valorização. “apresentamos na Conferência a dura realidade do trabalho médico no SUS, buscando desmistificar a visão romanceada que os demais trabalhadores de saúde tem do nosso exercício profissional no setor público”, concluiu o Dr. Waldir Cardoso.
