Uma pesquisa inédita está sendo desenvolvida pela Fiocruz para descobrir os impactos da pandemia nos profissionais de saúde da linha de frente no combate à Covid-19. O estudo tem como objetivo entender como o trabalho afetou a vida, o corpo e a saúde emocional desses profissionais. Para isso, serão entrevistados profissionais de saúde de todos os 27 estados brasileiros. A pesquisa se debruça em um universo de 1,5 milhão de trabalhadores da saúde que estão diretamente envolvidos no combate à pandemia. A coordenadora do trabalho, Maria Helena Machado, pediu a parceria do Sindmepa para que a pesquisa atinja o maior número possível de profissionais de saúde do Pará.
Os objetivos da pesquisa intitulada: “Condições de trabalho dos profissionais de saúde no contexto da Covid19 no Brasil” foram demonstrados pela pesquisadora da Fiocruz na última terça-feira, 8, em reunião virtual da diretoria do Sindmepa. Maria Helena Machado disse que o sindicato terá um papel fundamental ao sensibilizar os médicos sobre a importância desse estudo para a sua vida profissional no futuro. “O Sindicato dos Médicos do Pará nos traz tranquilidade e esperança que teremos um resultado surpreendente junto aos médicos do Pará, respondendo nosso questionário”, disse a pesquisadora.
“O Sindmepa terá um papel político importantíssimo quanto ao debate e proposições que serão construídas a partir dos resultados de nossa pesquisa”, acrescentou a coordenadora do estudo.
Segundo informações do Ministério da Saúde, divulgadas no dia 08 de julho, 173.440 casos de Síndrome Gripal (SG) foram confirmados para a Covid-19 em profissionais da área da saúde de todo o país. As profissões com maior registro de casos foram os técnicos ou auxiliares de enfermagem (59.635), seguido dos enfermeiros (25.718), médicos (19.037), Agentes Comunitários de Saúde (8.030) e recepcionistas de unidades de saúde (7.642). Atualmente, o Brasil regista 128.539 óbitos por covid-19.
TRABALHO ÁRDUO
“O que nos motivou a realizar a pesquisa foi a inquietação em perceber a pandemia se instalando no país e o trabalho árduo e complexo que os profissionais de saúde estariam enfrentando”, contou Maria Helena, “De um lado, muitas denúncias, reclamações das condições de trabalho existentes para enfrentar a pandemia. Do outro, o cenário internacional com notícias alarmantes de contaminação e óbitos de profissionais de saúde. Surgiu a grande questão: como estariam nossos profissionais de saúde no enfrentamento à Covid19? Então, nós da Fiocruz, resolvemos assumir esse desafio da gestão do trabalho”, explicou a pesquisadora.
Já foram iniciadas as fases 2 e 3 do trabalho, que consiste em avançar na pesquisa de campo nos estados, municípios, estabelecimentos de saúde e nos hospitais. Além de divulgar em seus canais de divulgação na internet, o Sindmepa vai enviar o link da pesquisa para o email dos cerca de 2.400 médicos filiados, explicando os benefícios do estudo para a categoria e recomendando que os médicos respondam ao questionário que contém 36 perguntas fáceis de responder e deve consumir não mais que 15 minutos de tempo.
“Temos extremo interesse na pesquisa que vai nos mostrar as condições em que os médicos trabalharam e nos dar pistas da causa da alta mortalidade de médicos pela COVID-19. A Diretoria e nossa equipe de Comunicação vamos trabalhar integrados na divulgação”, disse o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso.