Em plenária realizada na sede do CRM, entidades médicas do Pará discutiram formas de resistência ao Mais Médicos, programa do governo federal, que importa médicos para o Brasil sem passar pelo Revalida. Um dos encaminhamentos que já vem sendo tomado por CRM’s de todo o Brasil é o ingresso com ações judiciais para garantir o direito de não emitir registros provisórios para médicos formados no exterior e que estejam atuando no País sem Revalida. O Conselho Superior de Entidades Médicas do Pará (Cosempa) vai solicitar audiência com o reitor da UFPA e diretor da Faculdade de Medicina para discutir a questão.
A capacitação dos médicos que irão atuar no Norte e Nordeste será feita pelas Universidades Federais do Ceará e de Pernambuco. No Pará, a supervisão dos médicos ficará a cargo da UFPA. No próximo dia 4, haverá uma AGE dos médicos na sede do CRM Pará, para avaliar a situação. CRM’s de todo o Brasil estudam a possibilidade de registrar médicos como médicos-estudantes, registro que não permite ao profissional atuar na assistência, mas apenas como estudante, acompanhado de preceptores e tutores.
Para discutir a questão do Mais Médicos, o Cosempa, do qual o Sindmepa é membro, está solicitando audiência com o reitor da Universidade Federal do Pará e o diretor da Faculdade de Medicina. “Precisamos discutir a responsabilidade ética dos tutores, preceptores e dos gestores médicos que vão receber os médicos formados no exterior nesses municípios”, ressalta João Gouveia, diretor do Sindmepa. “A Fenam já está questionando a forma de contratação dos médicos, sem direitos trabalhistas e, no caso dos médicos cubanos, relacionando a contratação a trabalho escravo”, acrescenta. Além da UFPA, o Cosempa também vai solicitar audiência com a OAB Pará para discutir o assunto.