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Médicos mobilizam população e pedem mais estrutura para UPAs

Médicos das UPA’s do Icuí e Cidade Nova fizeram um ato em frente às duas unidades na manhã desta quarta-feira (25), em Ananindeua, região Metropolitana de Belém. A principal queixa é a edição de uma portaria municipal que reduz o número de plantonistas nas duas UPAs. Além disso, há mais de seis meses eles sofrem com a insegurança, falta de medicamentos e materiais básicos para exame, como fita de verificação de glicemia.

A portaria reduz de quatro para dois médicos nos plantões noturnos na UPA do Icuí; de seis para quatro nos plantões noturnos da Cidade Nova e de seis para cinco nos plantões diurnos na UPA da Cidade Nova.

Em média são atendidos diariamente 250 pessoas na UPA do Icuí e 450 na Cidade Nova, mas esse número pode aumentar ainda mais em função do período chuvoso. Na unidade, médicos se desdobram entre as salas de atendimento dos casos graves, salas de observação, remoção de pacientes em ambulâncias, nas suturas e no atendimento de porta, o que sobrecarrega a equipe. “Dois médicos são inviáveis para exercer esse trabalho e isso vai expor tanto os pacientes quanto os médicos a maiores riscos. Os atendimentos vão ser mais rápidos. Muita coisa pode passar batida colocando em risco os pacientes e também a legitimidade dos médicos”, disse um dos médicos do Icuí que não quis se identificar.

UPA do Icuí, onde o atendimento já é difícil, a ideia da gestão é reduzir de quatro para dois o número de plantonistas

Um dos principais problemas relatados pelos plantonistas da UPA da Cidade Nova é que a redução desses profissionais na unidade, irá afetar diretamente a traumatologia. “Este é o serviço que vai ser retirado da UPA. Os pacientes vão ser deslocados para Belém. Provavelmente vai surgir um novo problema. Sem contar que este período chuvoso agrava os casos de problemas respiratórios, as tradicionais viroses e os riscos de dengue, zika, chikungunya, entre outras doenças pelo vetor aedes aegypti”, relatou uma médica.

O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) ressalta que desde o dia 6 de janeiro tenta o diálogo com a Prefeitura Municipal de Ananindeua, com o procurador do município, bem como com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), na tentativa de demover a gestão da ideia de redução de médicos e considera o ato como uma irresponsabilidade e descaso com a população e com os médicos. Além dos médicos que trabalham nas UPAs, o diretor do Sindmepa Erivaldo Pinheiro e o assessor jurídico do Sindmepa, Eduardo Sizo, participaram da ação.

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