“Desafios Contemporâneos do Sistema Único de Saúde: das grandes metrópoles aos povos tradicionais brasileiros”, este foi o tema da mesa redonda realizada pela Federação Médica Brasileira e o Sindicato dos Médicos do Pará durante a 76ª Reunião Anual da SBPC, em Belém, na última sexta-feira (12). A palestra contou com a participação de representantes médicos de diferentes regiões do país para falar sobre os desafios da saúde pública.
A mesa foi coordenada pelo vice-diretor do Núcleo Acadêmico do Sindmepa, Hugo Oliveira. Para o discente de medicina o evento representou uma oportunidade para dar mais visibilidade as necessidades dos povos tradicionais.
“Nós falamos sobre saúde mental dos povos indígenas e das populações urbanas e também enfatizando a transição nutricional e como isso impacta a vida das pessoas que vivem não só nas cidades, mas também as populações que vivem no meio da floresta, nos campos e rios. Falamos também sobre o papel da Federação Médica Brasileira, e seus sindicatos de base, na atuação profissional para mudar esse cenário tão crítico que estamos enfrentando”, frisou.
A médica e mestre em Ambiente e Sociedade na Amazônia pela Universidade Federal do Pará, Eliniete Fidélis também compôs a mesa redonda. Ela contribuiu aos debates com relatos próprios de quem conhece os desafios enfrentados pelos povos indígenas no acesso aos serviços de saúde de qualidade. Em sua fala, a médica destacou os desafios do Sistema Único de Saúde e das prefeituras em dar atenção aos indígenas que estão inseridos nos meios urbanos.
“Eu fui convidada a compartilhar com as pessoas sobre a saúde indígena. Eu trouxe a sua história de luta para ser contemplado dentro da política nacional de saúde indígena. Falamos sobre a criação da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI. Sobre os avanços que temos hoje, como a vacinação e a diminuição das doenças através da vacinação. O acesso melhorou, não é resolutivo ainda, mas melhorou. Mas esses indígenas no contexto urbano também merecem atenção pelas suas particularidades e diversidade cultural”, ressaltou a médica.
A Federação Médica Brasileira contou com dois representantes na mesa, a diretora do Sindicato dos Médicos do Paraná, Cláudia Paola Aguilar e o secretário de Comunicação da FMB e vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Edmar Fernandes. Para o médico, um dos grandes desafios enfrentados atualmente é a falta de sensibilidade dos gestores.
“A gente tem que aproveitar uma grande reunião como essa para poder trabalhar uma nova geração. Para que no dia em que eles forem gestores, como secretários, prefeitos, vereadores ou diretores de hospital, eles possam olhar com carinho para a população negra e a população indígena e ajudem, nas grandes cidades, a gente trabalhar o maior acesso da população aos serviços de saúde”, enfatizou.