Cerca de 100 médicos residentes da Santa Casa paralisaram hoje atividades acompanhando a greve nacional da categoria. A decisão foi tirada em assembleia geral realizada no último dia 9, devido o não cumprimento de reivindicações feitas ao Ministério da Educação pelo Movimento, representado pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR). A greve segue por tempo indeterminado, garantindo a manutenção de 30% dos residentes em ação.
Os Residentes da Santa Casa já haviam aderido à paralisação de 24h realizada no último dia 24 de setembro, onde após várias mesas de negociação entre a ANMR e o Ministério da Educação (MEC), viram que apenas três de suas reinvindicações foram atendidas.
Os Residentes criticam, entre outras coisas, o fato da abertura de novas vagas para residência médica de forma indiscriminada pelo Governo Federal, com caráter “unicamente eleitoreiro”, sendo que, segundo dados do próprio MEC, cerca de 46% das vagas de residência existentes encontram-se ociosas.
A paralisação promete continuar até que se cumpra uma série de reivindicações. Entre elas, a avaliação dos programas por especialistas, a interrupção de abertura de novas vagas, o levantamento financeiro das instituições e a correção inflacionária do valor da bolsa, que não recebe reajuste desde 2010.
“Nós aderimos hoje ao movimento devido ao cumprimento do prazo legal de 72 horas previsto em parecer do CFM e estamos iniciando o movimento grevista com adesão praticamente total dos residentes, mantendo apenas 30% dos residentes em atendimentos de urgência e emergência, como previsto em legislação, mas o resto deles estarão paralisados nesse período”, explicou Marceu Moraes, médico residente de ginecologia e obstetrícia.
Segundo ele, cerca de 100 residentes, incluindo as especialidades de ginecologia obstetrícia, pediatria e clínica médica, aderiram ao movimento. “O primeiro atendimento é realizado pelo médico residente, desde o primeiro atendimento até a alta desse paciente é o médico residente que estará acompanhando. Então ele é um dos principais atores dentro da Santa Casa. Eles serão os futuros especialistas que estarão atendendo a população e devem ser valorizados pela importância para a saúde e medicina local”, argumenta Marceu.
“Como médico residente e diretor do Sindmepa estou sempre presente nas manifestações, junto com o comitê organizador apoiando o grupo e levando o apoio do Sindmepa”, afirmou o diretor Hildebrando Ribeiro Junior. O diretor completou, ainda, que o sindicato está a inteira disposição do movimento, oferecendo suporte da tanto da sua estrutura física quando disponibilizando sua assessoria de imprensa e assessoria jurídica. O Médico afirma que o telefone do Sindmepa (99989-3386) estará a inteira disposição dos médicos residentes para qualquer dúvida ou denúncia.
Ao todo, 21 estados aderiram à paralisação e outros estão em fase de adesão. A ideia é que nos próximos dias a paralisação atinja a totalidade na categoria no Brasil, esperam os grevistas.
Entre as reivindicações estão a maior participação dos residentes na Comissão Nacional de Residência Médica, valorização da preceptoria, seja financeira ou com certificação, e o reajuste da bolsa de residência, que não acontece há cinco anos.
Durante o período de Paralisação será realizada uma série de atividades que incluem manifestações, doação voluntária de sangue, esclarecimento à população sobre os motivos da paralisação e sobre as mazelas que afligem a residência médica a nível nacional e local.
Confira documentos para a criação de comitê local de greve em cada serviço de residência, nos links a seguir:
http://migre.me/soN3E
http://migre.me/soN8V
Modelo de abaixo-assinado: http://goo.gl/Em0hp5