Em auditório lotado, mais de 70 profissionais que trabalham para a Secretaria de Estado de Saúde Pública – Sespa decidiram, durante Assembleia Geral Extraordinária, no Sindmepa, entrar em greve a partir do dia 2 de maio. A decisão veio após o Governo do Estado do Pará tomar algumas medidas unilaterais para reduzir custos. Entre elas, a redução da Gratificação de Alta Complexidade (GAC), de 9 sobreavisos para 4,5 já no mês de abril. A mudança representa uma redução de cerca de 50% na remuneração de médicos e médicas do Hospital Abelardo Santos, Hospital de Clínicas e Santa Casa, que recebem a gratificação.
A categoria médica pretendem lutar pela volta das gratificações, reajustes salariais, Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) e melhorias nas condições de trabalho. O motivo é que diante de todos os reajustes do ano passado, o salário médico, ao invés do reajuste de 9,91%, como previsto, teve redução.
“Reduziram nosso salário depois de nós termos trabalhado”, afirmou uma médica durante a assembleia. De acordo com os médicos, eles precisam lidar diariamente com uma grande sobrecarga de trabalho, excedente de pacientes, falta de material nos hospitais, o não reajuste dos salários há um ano e se veem revoltados com as medidas tomadas pelo governo sem qualquer tipo de consulta aos profissionais.
Vários médicos que estavam em cargos de chefia já entregaram os seus cargos. Os médicos também decidiram não realizar plantões extras a partir da próxima escala de plantão como forma de mostrar o descontentamento dos profissionais com a grande carga de trabalho, falta de reajuste salarial e ainda cortes em gratificações.
Medidas do Governo
No ultimo dia 20, o secretário de estado de saúde do Pará, Vítor Matheus, comunicou ao Sindmepa uma série de medidas que afetam diretamente a remuneração nos hospitais e serviços de saúde vinculados ao Estado, com a redução da Gratificação de Alta Complexidade (GAC), o não reajuste de salários para médicos, redução de gratificações de tempo integral, redução da GDI de 30% para 20% em abril, e não renovação automática de contratos temporários.
O Sindmepa calcula que as medidas atingirão em cheio mais de mil médicos dos estabelecimentos de saúde do estado, em especial os que recebem a GAC, que totalizam mais de 400 profissionais.