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Campanha visa sensibilizar famílias de potenciais doadores de órgãos

Foi lançada hoje pela manhã a campanha Setembro Verde, promovida pelo GT de Transplantes do estado do Pará, sob a coordenação da Central de Transplantes da Sespa. A campanha pretende melhorar as estatísticas de transplantes no estado, que exibe um número muito baixo de notificações, de doações de órgãos e de cirurgias.

O mote da campanha é: “Para se tornar um doador de órgãos, informe sua família”, tendo como principal alvo a família dos potenciais doadores que, muitas vezes, não autorizam as doações, seja por desinformação ou por motivos religiosos. A coordenadora da Central de Transplantes da Sespa, Ana Beltrão, ressalta que a doação só pode ocorrer com autorização da família. “Daí a importância do potencial doador, ainda em vida, manifestar esse interesse entre os mais próximos de sua convivência e esclarecê-los sobre o desejo de se tornar doador após a morte”, explicou.

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Na foto: Ana Beltrão (presidente da central de transplantes do Pará), Vítor Mateus (secretário de Saúde Pública do Pará), Heloísa Guimarães (Sespa) e João Gouveia (diretor Administrativo do Sindmepa)

De acordo com a coordenadora adjunta da Central de Transplantes do Pará, Ierecê Miranda, é preciso que se melhore as notificações para que o Pará melhore seus indicadores na área. Em palestra proferida no lançamento da campanha, no edifício Síntese 21, Ierecê disse que tudo começa com a notificação. “Se não tivermos notificação, a central não tem como agir”, destacou. Em 2015, foram registradas 45 notificações de potenciais doadores e em 2016 até julho já foram notificados 43 potenciais doadores. O Hospital Metropolitano foi parabenizado pela técnica como o que mais notifica e o Hospital do Pronto Socorro da 14, o segundo maior em notificações.

Mas a fila de espera por transplante é muito grande. Só para transplante de córnea, o Pará possui uma lista de espera de 1.114 pessoas e outras 468 esperam por um transplante de rim. A recusa das famílias ainda é muito alta, embora venha se reduzindo. No ano passado, o percentual de recusa de famílias em doar órgãos de parentes mortos era de 56%. Este ano, até julho, o índice caiu para 43%, mas ainda é alto.

“Precisamos engajar toda a comunidade nesse esforço de melhorar o serviço de transplantes no Pará”, disse o diretor do Sindmepa, João Gouveia, que representou o sindicato no evento junto com a diretora Verônica Costa. “O Brasil tem um índice de solidariedade muito pequeno e precisamos estimular a doação para reverter essa tendência. A família dos potenciais doadores também precisa ser conscientizada”, ressaltou o diretor. Ele acrescentou ainda que não basta haver doações, mas saber aproveitá-las. Reduzir as filas e manter os transplantes de medula, que já foram iniciados, e voltar a fazer transplantes de coração e fígado.

Como membro do GT de Transplantes do estado, o Sindmepa participa da campanha com a doação de sacolas a serem distribuídas em locais de grande circulação de pessoas, com divulgação em suas mídias e também colocando a sua sede com luzes de tom verde neste mês de setembro, chamando a atenção para a campanha.

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