Médicos do Hangar e do Hospital Abelardo Santos decidiram agora à noite, em uma assembleia geral virtual, que deixarão de ingressar em escalas de trabalho nesses hospitais a partir do próximo dia 1º, caso o pagamento de plantões já realizados não seja efetivado pela OS que gerencia os hospitais, a Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu.
Na tarde desta quinta-feira, dirigentes da Sespa entraram em contato com o Sindmepa informando que o estado só soube ontem dos atrasos nos pagamentos de plantões, alguns realizados desde o mês de abril.
Os médicos denunciaram que os contratos para trabalhar nesses hospitais são feitos sem qualquer vínculo formal e a OS Irmandade de Pacaembu promoveu a quarteirização da contratação da mão de obra repassando esse compromisso para a Organização Social Medplantões, que não honrou o pagamento.
Hoje a diretora técnica da Sespa, Maitê Gadelha, solicitou reunião com a diretoria do Sindmepa para discutir o assunto e propôs que o Estado assuma a responsabilidade pelos pagamentos cobrando posteriormente essa conta da O.S. Mas para que isso seja possível, o estado precisaria gerar uma folha de pagamento com informações fornecidas pela OS, fixando um prazo de até sete dias para pagar os plantões pendentes.
Os médicos que participaram da Assembleia decidiram fixar o prazo em cinco dias, que se encerra na terça-feira, 30, ficando de fora dos plantões a partir de quarta-feira, 1º, caso os pagamentos não sejam realizados.
Ao todo, são 15 médicos do hospital de campanha do hangar e 19 médicos do hospital Abelardo Santos – ambos referência no atendimento à Covid 19 no estado – que ficaram sem receber os plantões.
“Se não houver pagamento, a partir de quarta-feira não haverá médicos para atender no hangar e no Abelardo Santos. Isso é perfeitamente legal e vamos informar o Ministério Público, CRM e o próprio estado da decisão. É um abuso o que estão fazendo com os médicos no Pará”, disse o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso que participou da reunião, juntamente com os diretores Emanoel Resque e Vilma Hutin. A reunião foi assessorada pelo assessor jurídico do Sindmepa, Eduardo Sizo.