O ato de violência de um segurado do INSS, que não teve o benefício renovado, ganhou repercussão nacional e motivou a vinda do gerente regional do INSS, André Paulo Félix Fidelis, ao Pará. Na ocasião, André se reuniu com a diretoria do Sindmepa.
Durante a reunião com os diretores do Sindmepa João Gouveia, Erivaldo Pereira e Wilson Machado, André Fidelis anunciou que as medidas de segurança já estão sendo tomadas. |Renovamos os contratos com as empresas de segurança que atendem as 27 Agências da Previdência Social (APS) do estado e garantimos que as medidas de segurança serão implementadas, não só para garantir o patrimônio, mas principalmente a segurança pessoal do trabalhador|, falou André Fidelis.
O gerente ainda se responsabilizou que no prazo de uma semana a agencia da Pedreira, primeira que receberá as normas de segurança, oferecerá todos os sistemas de segurança.
Diante desse comprometimento a diretoria do sindicato fará a vistoria no lugar para comprovar as medidas tomadas. E chamará os médicos peritos que trabalham no estado para discutir as condições de trabalho e a importância da relação médico-paciente.
Conheça o Caso – A médica Glaucia Mônica Santos Garcia, perita do INSS do bairro da Pedreira, quase foi agredida por um segurado que teve a renovação do benefício do INSS negado. Após receber o resultado, o homem se descontrolou, entrou na sala da médica e quebrou todos os objetos: computador, cadeira e vidraça da janela. |Percebi que ele estava alterado e preferi me esconder na copa da Unidade. Só assim sai ilesa fisicamente da agressão|, falou a médica.
A violência aconteceu na manhã do dia 03 de janeiro na Unidade do INSS no bairro da Pedreira, na rua Timbó. Os guardas do local não conseguiram deter o homem e as polícias federal e militar foram acionadas e o levaram preso. A médica também registrou queixa no Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), que atua na defesa do profissional.
Violência constante – Esse não é um caso isolado, vários médicos peritos têm a sua vida e de seus familiares ameaçadas de morte por pessoas que não recebem o beneficio. |A minha família já foi ameaçada por segurados. Não sei como uma segurada descobriu a escola que minha filha estudava e ameaçou a vida dela na frente de todos. Dei queixa na polícia, mas não me sinto segura no meu local de trabalho|, relatou a perita, que diz conhecer vários médicos ameaçados de morte.
Muitos casos de violência, às vezes culminando até em mortes, são denunciados no Brasil. E no Pará a situação não é diferente. |Essa questão tem que ser combatida, os médicos não tem condições dignas de trabalho e estão com a segurança ameaçada|, comentou Waldir Cardoso, diretor do Sindmepa.
A Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) registrou no ano passado 102 casos de agressão a peritos médicos previdenciários por parte de segurados do INSS. Apesar do número ser elevado, a ANMP considera a situação melhor do que nos dois anos anteriores, quando houve o assassinato de quatro peritos no Brasil.