Os médicos peritos do INSS realizaram uma assembleia geral no auditório do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), no dia 03 de setembro. Com a presença dos diretores do sindicato, os médicos avaliaram as questões estruturais e principalmente de segurança dos postos de atendimento do Instituto.
|Além das deficiências em relação a materiais e equipamentos para realizarmos as perícias, não temos estrutura de segurança que nos ampare no caso de violência contra o nosso trabalho|, declarou a médica perita Cláudia Beatriz, que teme a ocorrência de mais casos de agressões físicas como ocorreu no final do mês de agosto com uma médica da agência de Ananindeua. |As agressões verbais e ameaças são diárias, o que tememos é um dia termos que suspender os trabalhos para enterrar um colega de profissão|, acrescentou.
O diretor do Sindmepa, João Gouveia, analisa essas declarações com preocupação e se questiona porque as medidas de segurança ainda não foram tomadas pela direção regional do INSS. |Essas denuncias já foram feitas a mais de seis meses para a diretoria regional do INSS, oito médicos já foram agredidos só este ano no Estado e as condições de trabalho são precárias. Será que o Instituto espera que algo mais grave, como uma morte, aconteça para tomar providencias?|, questionou o diretor.
Em janeiro de 2009, a tentativa de agressão a uma médica do Instituto ganhou repercussão nacional e motivou a vinda do gerente regional do INSS, André Paulo Félix Fidelis, ao Pará. Na ocasião, Fidelis se reuniu com a diretoria do Sindmepa e garantiu que no prazo de um mês as medidas de segurança seriam implementadas nas 27 Agências da Previdência Social (APS) do Estado. |Apesar do comprometimento do gerente regional e da pressão do Sindmepa, nada foi feito e mais casos de agressões estão acontecendo|, lamentou Wilson Machado, diretor do Sindmepa.
Devido à elevada sensação de insegurança e estresse muitos médicos estão pedindo afastamento do trabalho e outros já pensam até em pedir demissão. O déficit de médicos peritos no INSS é superior a 200 profissionais para atender todo o Estado. |O INSS apresenta um quadro com 74 médicos peritos no Pará, o que não atende os 143 municípios. Para suprir essa deficiência, os médicos são remanejados do seu município base, o que compromete a qualidade do atendimento e sobrecarrega o profissional|, ressaltou Gouveia.
Reunião – Na próxima quinta-feira (17), haverá uma audiência do Sindmepa e os médicos peritos com a procuradora federal Ana Karízia Teixeira, do Ministério Público Federal (MPF), e a gerência do INSS. Os médicos aguardam que o MPF e o INSS do Pará apresentem uma solução para todo esse descaso que prejudica também a população que necessita do serviço.