Em média, uma pessoa por mês é vítima de escalpelamento em embarcações nos rios paraenses. O dado foi confirmado hoje em reunião promovida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Belém, com a participação de representantes de diversas entidades para discutir a campanha de combate ao escalpelamento no Pará e Amapá.
A estatística, que pode ainda estar subregistrada, foi divulgada pela coordenadora do Programa de Vítimas de Escalpelamentos da Santa Casa, Socorro Ruivo. Os acidentes geralmente envolvem meninas na faixa etária dos 8 aos 12 anos, mas há casos de mulheres adultas e até homens e meninos vitimados.
Para reduzir os casos desses acidentes, o Conselho Federal de Medicina está lançando uma campanha sobre o assunto organizada pela Comissão de Ações Sociais do CFM. A ideia é trabalhar de forma articulada para prevenir acidentes desta natureza que fizeram centenas de vítimas nos últimos anos. No Pará, já foram contabilizadas 391 vítimas de escalpelamento desde 1979 e no Amapá, 422 casos.
A maior dificuldade para se coibir o problema é a sensibilização dos barqueiros no sentido de adotar os mecanismos de proteção do motor das embarcações. São milhares de rabetas, cascos, barco-motor, entre outras modalidades de embarcações a circular nos rios da região, sem o controle da Capitania dos Portos ou da Marinha.
Cartilhas impressas, revistas em quadrinhos, vídeos publicitários com a participação da atriz Dira Paz, madrinha da campanha, são algumas das soluções da campanha publicitária, direcionada a estudantes ribeirinhos, barqueiros e moradores da região.
A reunião foi coordenada por Henrique Batista e Silva, secretário geral do CFM. Participaram ainda Socorro Silva, representante da Sespa; representantes da Marinha; representantes da Santa Casa; do CRM e a assessoria de imprensa do Sindmepa, entre outros.