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Médicos e acadêmicos mostram união em favor do Revalida Sim

Estudantes de medicina e médicos do Pará ocuparam a praça Batista Campos e ruas do centro comercial de Belém, hoje, em um ato público em favor do Revalida para médicos com diplomas do estrangeiro. O ato denominado Revalida Sim foi organizado por estudantes em todo o Brasil para marcar a posição da comunidade médica e acadêmica sobre a entrada de médicos formados em outros países sem a validação do diploma.

O protesto começou na praça Batista Campos onde os manifestantes distribuíram panfletos e pediram a assinatura da população no abaixo-assinado que torna lei o programa Revalida. Depois, estudantes e médicos ganharam as ruas das imediações, misturando-se ao movimento do centro comercial e exibindo faixas e cartazes nos sinais em frente ao shopping do Centro.

Palavras de ordem como “vai pra casa, Padilha”, “Revalida Sim”, “Por um SUS de qualidade” e “Dê condições de trabalho e haverá médicos no interior”, foram a tônica do Ato Público, que começou e se encerrou na praça Batista Campos.

“Trazer estrangeiros não resolve o problema da saúde no Brasil. Isso só vai se resolver com melhores condições de trabalho e plano de carreira”, disse a estudante Thais Barros, da UFPA, uma das organizadoras do ato em Belém.

“A saúde no interior não tem a menor infraestrutura e não é trazendo gente de fora, sem validação do diploma que vamos mudar esse quadro”, disse o estudante da UFPA, Charlon Costa, 20 anos. Morador de Alenquer, afirmou que gostaria de terminar o curso e poder trabalhar na região em que vive. “Tenho dever moral e ético com a minha região. Pretendo, sim, permanecer onde moro depois de formado”.

O estudante Vinicius Savino, 28 anos, do 4º ano da UFPA, destacou que o movimento Revalida Sim despertou nos estudantes um sentimento que estava meio adormecido, de protestar pelas coisas em que acredita. “Calados nós não mais ficaremos. Não basta para nós, aqui, promessas de salários. Queremos condições para exercer a medicina. Nós que escolhemos a medicina e ela também nos escolheu”, observou o acadêmico.

Os médicos que apoiaram o movimento engrossaram os protestos contra a entrada de médicos sem passar pelo Revalida. Eles criticaram o ministro Alexandre Padilha pela ideia. “Esse projeto é do Padilha. Temos que ficar vigilantes”, disse o diretor do Sindmepa, João Gouveia. Vereadores médicos também participaram do movimento entre eles o dr. Helenilson, presidente da Comissão de Saúde da Câmara e o vereador Abel Loureiro. Eles informaram que a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Belém já aprovou a realização de uma sessão especial sobre o assunto, marcada par o dia 6 de junho.

O diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso, fez um resumo da situação e detalhou proposta do CFM para ocupação do interior por médicos brasileiros, o Programa de Interiorização de Médicos Brasileiros, entregue pelo Conselho ao governo federal ontem. “Os médicos brasileiros querem uma chance de também poder ir para o interior”, disse Cardoso, que também é conselheiro do CFM. Pela proposta do CFM, divulgada no site da entidade, o programa deve conter melhor infraestrutura de trabalho e condições efetivas para atração e fixação de médicos em áreas remotas e terá caráter emergencial e transitório com validade máxima de 36 meses.

A organização do Revalida Sim Pará se reúne novamente na segunda-feira, às 19h, no Sindmepa.

 

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