Será hoje, às 19h, no Sindmepa, o debate reunindo médicos e acadêmicos em torno da decisão do governo federal de trazer médicos formados no exterior para trabalhar no Brasil, com dispensa da necessidade de revalidação dos diplomas.
Na pauta do debate, estarão a atuação conjunta nas manifestações nacionais contrárias à decisão do governo, que terá seu ápice no dia 25 deste mês, com ações na praça Batista Campos. Neste dia, a comunidade acadêmica e médicos brasileiros estarão se manifestando em todo o Brasil contra a ideia de importação de médicos e reafirmando a necessidade de políticas viáveis de fixação de médicos no interior. O debate também vai focar a proposta de transformação do Revalida em projeto de iniciativa popular, entre outros pontos.
O Sindmepa vai ratificar sua posição de que não faltam médicos, falta sim, uma política séria de fixação com adequadas condições de trabalho, remuneração digna e plano de carreira de Estado. No Pará, a grande maioria dos médicos atua no interior sem carteira assinada ou sequer um contrato de trabalho.
É elevado o índice de médicos que apostam em ofertas de trabalho no interior, mas que após dois ou três meses passam a trabalhar sem receber. Em função disso, o Sindmepa já está construindo o seu cadastro de prefeituras inadimplentes para tentar evitar que novos médicos caiam em armadilhas e falsas promessas. Até agora, doze prefeituras estão no cadastro.
Os estudantes Thais Barros e Pablo Cirino estão na organização do debate ao lado do Sindmepa. Eles esperam a participação maciça de acadêmicos de Medicina na reunião de hoje. “Não somos contra médicos estrangeiros, nem queremos fazer disso uma bandeira político-partidária, mas queremos nos posicionar firmemente em favor da saúde brasileira, porque todos têm direito a uma saúde pública de qualidade”, afirma Thais Barros.