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Falta de verbas, má gestão e corrupção estão por trás dos problemas da saúde

O subfinanciamento, a incompetência na gestão e a corrupção que sangra as verbas públicas destinadas à saúde são os problemas básicos colocados como entraves às melhorias das ações na área por representantes de entidades médicas reunidos, hoje, no Sindmepa.

Os médicos que compareceram ao chamado do Sindmepa para debater os problemas da saúde do País, no Dia Mundial da Saúde, falaram a um só tom que os problemas esbarram nos três obstáculos. “Subfinanciamento a gente até pode ajudar a solucionar, apoiando campanhas de mais verbas para a saúde, mas a má gestão e corrupção é muito difícil”, disse o médico David Bichara, representante da Associação Médica Brasileira (AMB).

O diretor do Sindmepa, João Gouveia, destacou que a categoria tem incentivado a destinação de mais verbas para a saúde apoiando o projeto Saúde mais Dez, que defende a aplicação de 10% da receita líquida na Saúde. Ele ressaltou, porém, que os problemas envolvendo a incompetência na gestão são muito sérios e de difícil solução. “No Estado do Pará, por exemplo, mais de 50% dos secretários de saúde não tem formação na área de saúde e mais de 50% não tem formação superior”, explicou. Quanto à corrupção, destacou que o Tribunal de Contas da União aponta que 30% das verbas da saúde “correm pelo ralo da corrupção”.

João Gouveia também destacou os problemas na saúde suplementar como “a baixa remuneração, falta de contratualização e a interferência na atividade profissional com glosas e pressão para não pedir exames e realizar procedimentos de alta complexidade e mais caros usurpando da autonomia dos médicos”.

O presidente do CRM Pará, Antonio Jorge Ferreira, disse que o médico no Brasil “está sendo agredido brutalmente e precisamos fazer alguma coisa agora”. Ele acrescentou que é hora de união e que o CRM não é uma instituição “só para punir e cobrar”, mas uma casa que está de portas abertas ao médico. Uma vistoria realizada pelo conselho apontou condições precárias de funcionamento em unidades do interior e da capital. “Não adianta se enganar. Temos que mostrar que a saúde na capital está tão deficiente quanto no interior do Estado”.


Sobre as possíveis soluções para os problemas da saúde, foram aprovados como encaminhamentos a realização de dois fóruns de discussão, um na esfera pública e outro na área da saúde privada. “Vamos fazer o fórum chamando todas as entidades à discussão”, defendeu David Bichara. “Os médicos estão vendendo a sua saúde. Vendendo e morrendo cedo”, criticou João Gouveia, ao defender a realização dos fóruns e a mobilização das entidades para a realização dos eventos.

Além dos representantes do Sindmepa, CRM-Pará e AMB, participaram ainda da mesa de debates o presidente do Sindicato dos Odontólogos do Pará, Armando Dourado e a presidentes da SMCP, Cléa Bichara.

 

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