Ao completar 74 anos, o salário mínimo brasileiro ainda está aquém do esperado e preconizado pela lei que o criou: atender as necessidades básicas do trabalhador brasileiro, incluindo alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Estudo do Dieese Pará mostra que, desde sua criação, e mesmo estando o País incluído no bloco das maiores economias capitalistas do mundo, o poder aquisitivo do salário mínimo continua muito baixo. Para satisfazer as necessidades básicas do trabalhador brasileiro adulto, o valor do salário mínimo em vigor, em Março de 2014, deveria ser de R$ 2.992,19, quase quatro vezes maior que o Salário Mínimo atual de R$ 724,00.
Considerando os valores do salários mínimos desde sua criação e transformando para valores de Real de Março de 2014, os estudos mostram que o maior poder aquisitivo do salário mínimo foi verificado em janeiro de 1959, equivalente a R$ 2.088,56, e o menor em Abril de 1992, equivalente a R$ 246,00.
Em todo o Brasil cerca de 48,2 milhões de pessoas tem rendimento referenciado no Salário Mínimo. O impacto estimado na economia projetado para 12 meses, a partir de Janeiro/2014, com o novo mínimo, foi de R$ 28,4 bilhões de reais. Em termos regionais, o Dieese/Pa estima impacto de R$ 1,6 bilhão de reais na economia da Região Norte.
Na relação do Salário Mínimo e a cesta básica, somente para adquirir os 12 produtos da mesma, o trabalhador paraense gastou quase 47% do novo salário mínimo de R$ 724,00. No mês de Março de 2014 o gasto somente com alimentação básica de uma família paraense chegou a R$ 925,35, sendo necessário portanto cerca de 1,28 salários mínimos para garantir as mínimas necessidades do trabalhador e de sua família, somente com alimentação.
“Diante de tudo isso, é possível avaliar que mesmo com todo o gigantesco crescimento Real de cerca de 72,00% obtido entre 2003 até agora, o Salário Mínimo ainda continua longe de ser observado como elemento de importância para a garantia de proteção social para uma parte considerável dos trabalhadores em todo o pais”, afirma o supervisor técnico do Dieese, Roberto Sena.