Cirurgia plástica ocular (CPO), oculoplástica ou plástica ocular é um procedimento da visão realizado há oito anos no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), da Universidade Federal do Pará (UFPA). Todos os meses, em média, 25 pessoas submetem-se a CPO. A maior procura é de quem sofre algum tipo de alteração nas pálpebras e nos supercílios. A prioridade de atendimento são as cirurgias reparadoras, e não estéticas. O Bettina Ferro é referência em oftalmologia na região Norte do País e atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O especialista e cirurgião em CPO no Bettina, Ricardo Mouta, informa que a atuação dessa subespecialidade da oftalmologia é ampla e abrange também as anomalias congênitas – adquiridas durante a gravidez -, lesões por traumas mecânicos, tumores, alterações relacionadas ao envelhecimento, dentre outras.
O médico conta que, oficialmente, a plástica ocular é exercida no Brasil desde 1968 e a tendência é crescer. “Há oito anos a oculoplástica é realizada no Pará e, a partir da sua implantação na residência médica de oftalmologia do Hospital Bettina, tornou-se referência na região Norte”, destaca Mouta, que é coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme) do Bettina.
Pálpebras – A CPO de pálpebras é a maior demanda no hospital, seja por questão de estética e por colocar em risco o funcionamento da visão. Correção de alterações como o excesso de pele nas pálpebras (dermatocálase), excesso de músculo orbicular, bolsas de gordura nas pálpebras, frouxidão das pálpebras inferiores e “queda” dos supercílios (ptose de supercílios) são algumas patologias que atingem as pálpebras e podem ser tratadas no Bettina.
Ricardo Mouta explica que também realiza cirurgias cosméticas, que não precisam de cortes na pele e por isso não dispõe de cicatriz aparente. “São os procedimentos transconjuntivais que podem ser realizados tanto nas pálpebras superiores, como nas inferiores. Nos casos transcutâneos (com cortes na pele), utilizamos um tipo de ponto cirúrgico que, além de ser de fácil remoção, tende a não deixar cicatriz e, caso ocorra, fica discreta”, informa.
Quanto às cirurgias reparadoras das pálpebras, as mais frequentes são as ptose palpebral (queda das pálpebras), a qual acomete adultos e crianças, podendo levar a sequelas definitivas nas crianças, por conta da redução da visão ou à depressão em ambas as faixas etárias.
Outras também frequentes são a entrópio (margem ou borda da pálpebra virada para dentro); ectrópio (margem ou borda palpebral virada para fora); triquíase e distiquíase (os cílios passam a tocar o globo ocular); simbléfaro (a pálpebra fica aderida à superfície do globo ocular) e outras.
Recuperação – Segundo o médico, o tempo de recuperação de uma CPO de pálpebras estéticas e reparadoras é curto. Em média, de quatro a sete dias o paciente pode retornar ao trabalho. Mas isso depende do tipo de trabalho, das condições particulares da pessoa e da obediência às orientações médicas.
Em relação às vias lacrimais (vias de drenagem das lágrimas dos olhos para as fossas nasais), Mouta informa que as principais patologias combatidas no Bettina dizem respeito à obstrução lacrimal congênita, a canaliculite e a dacriocistite. Algumas delas, precisa apenas de tratamento clínico e outras é necessário recorrer à cirurgia.
Já a CPO das órbitas (cavidades ósseas que envolvem e protegem os olhos) acontece quando apresentam algumas patologias, desde as relacionadas a doenças sistêmicas – doenças que acometem o indivíduo como um todo -, como o hipertireoidismo, além dos tumores benignos e malignos, cistos e lesões por trauma mecânico.
Atendimento – Para ter acesso ao serviço no Hospital Bettina, o paciente deve ser encaminhado de uma unidade básica de saúde, após consulta com clínico. Foi o que fez o marceneiro José Maria Lopes, 79 anos, operado há três semanas. “Eu estava com excesso de pálpebra e isso prejudicava minha visão, então a médica do Bettina me aconselhou a fazer a cirurgia, porque mesmo com óculos eu não enxergava direito”, relata. Ainda em recuperação, ele garante que a “vista melhorou e enxergo coisas até sem óculos”.
A dona de casa Maria de Souza, 62, fez a primeira cirurgia plástica em dezembro de 2013 e a última no dia 06 de agosto deste ano. Agora, é avaliada para o terceiro e último procedimento. Assim como o marceneiro José Maria, o excesso de pálpebra a prejudicava, sobretudo, na hora das leituras.
Serviço:
Hospital Bettina Ferro fica no Campus IV da UFPA, rua Augusto Corrêa, nº 1, bairro do Guamá, com acesso também pela avenida Perimetral, portão IV da UFPA, Terra Firme. Mais informações pelos telefones: (91) 3201-8596 / 3201 8609 / 3201 7818.
Texto e fotos: Edna Nunes – Ascom/HUBFS/UFPA.