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Implante coclear ajuda jovem a sair do silêncio

Um novo horizonte deverá se abrir na vida de Eula Alexander do Rosário, 18 anos, que mora em Tracuateua, nordeste do Pará. A jovem sairá do silêncio que vive há quase 14 anos para ser reinserida ao mundo do som e à sociedade. A possibilidade existe porque ela recebeu o implante coclear, conhecido como “ouvido biônico”, nesta quinta-feira, 11, durante cirurgia de alta complexidade retomada no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), da Universidade Federal do Pará (UFPA). O Bettina Ferro é o único hospital público que oferece o procedimento na região Norte. Desde 2010, foram realizadas 42 cirurgias. A meta é fazer duas por mês.

“Toda a equipe multidisciplinar de Otorrinolaringologia do Bettina, em especial a de implante coclear, está feliz com a retomada da cirurgia por proporcionar à sociedade paraense um tratamento que vai modificar a vida do ser humano. A pessoa voltar a ouvir pela primeira vez é algo extraordinário, pois melhora a sua personalidade, a vida junto à família, o convívio com as outras pessoas e oferece condições de galgar voos mais longos”, disse o coordenador do Grupo de Implante Coclear do HUBFS, Paulo Fonteles.

Foram cinco horas de cirurgia e o médico revela que foi trabalhosa. “A anatomia da orelha dela é um pouco diferente e trabalhosa, mas deu tudo certo, colocamos o fecho dos eletrodos dentro da cóclea, que é a parte auditiva do ouvido interno. A cirurgia exige muita atenção, porque se trabalha com um dispositivo eletrônico que se coloca no osso, onde passam vasos e nervos. Por isso o profissional precisa estar muito bem qualificado, ter uma intimidade com esse tipo de estrutura para evitar complicações”, afirmou Fonteles.

Equipe – Além dele, faz parte da equipe reestruturada os otorrinolaringologistas cirurgiões Cláudio Acatauassu e Henderson Cavalcante, e as fonoaudiólogas Ana Carolina Silva e Danielle Penna. Todos se aprimoraram, fizeram cursos fora do Estado e estão capacitados do ponto de vista técnico, legal e com experiência. Os médicos residentes do Bettina Ferro Weidinara Rodrigues, Tales carvalho e José Ribamar Veloso acompanharam a experiência.

Convidados – Por ser um marco o retorno do procedimento no Bettina, foram convidados a participar da cirurgia o médico Francisco D’Biase, coordenador do Serviço Implante Coclear do Instituto Materno Infantil de Pernambuco e do Instituto Medicina Integral Fernando Figueira (Imipe), em Recife (PE). D’Biase tem vasta experiência na área, já realizou 210 cirurgias de implante coclear pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 70 casos em consultórios particulares. Com o médico veio a fonoaudióloga Manuela Wanderly. Além deles, o hospital contou com apoio irrestrito da fonoaudióloga Izi Pardal.

“É fundamental para o Estado ter o Bettina Ferro para atender à população que precisa desse tipo de tratamento. Mais importante ainda por ser um hospital universitário, federal, então é favorável para ser um centro de implante coclear. E por ser um hospital-escola a formação dos médicos residentes passa a ter mais qualidade ao proceder com implante coclear, porque o aprendizado deles não é apenas sobre a anatomia do ouvido, mas a parte interna da orelha. Isso é importante para esses alunos e a equipe do HUBFS está super preparada para fazer e ensinar sobre o procedimento”, afirmou D’Biase.

Eula Alexander recebe alta médica nesta sexta-feira, 12, e deve retornar na semana que vem ao Bettina Ferro para avaliação do procedimento. Após 30 dias, quando houver cicatrização, será colocado o dispositivo externo do aparelho, que será ativado para que a jovem receba os primeiros estímulos sonoros. Depois deverá ir ao HUBFS uma vez por mês para ser acompanhada pela fonoaudióloga com o objetivo de adequar o aparelho de acordo com sua necessidade.

Para os pais de Eula, Edmilson e Antônia do Rosário, a expectativa agora é a melhor possível e voltada à esperança de que Eula volte a escutar. “Mesmo sabendo que é um processo lento, de readaptação, vamos ajudar em tudo que for preciso. Se depender da gente ela vai se adaptar à nova forma de vida o mais rápido possível, pois nos comprometemos em acompanhá-las às consultas e exames, para que siga rigorosamente o tratamento e tenha audição”, disse a mãe.

Acesso – Segundo o coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia do HUBFS, Francisco Palheta, serão realizadas duas cirurgias de implante coclear por mês. Para ter acesso ao serviço, o paciente precisa ser encaminhado, com a guia de referência do SUS, pela Secretaria Municipal de Saúde. Além da guia, os pacientes precisam estar munidos das cópias dos documentos de RG, CPF, comprovante de residência e cartão SUS.

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