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Sindicato prevê dias sombrios no final do ano

A situação de descaso com a saúde no Estado do Pará está levando a reações do movimento médico em vários municípios paraenses, inclusive em Belém. Em Parauapebas, Castanhal e Benevides o problema é tão grave que médicos estão com atividades paralisadas há mais de três semanas, a maioria só atendendo a casos que envolvem risco de morte. Em Benevides, grevistas têm sido demitidos via mensagens no wathsapp e o atendimento médico está sendo feito por enfermeiros. Em Castanhal, enquanto as unidades funcionam sem antibiótico há um mês e os internos de enfermaria não recebem visita médica há dois dias, uma CPI da saúde está em andamento na Câmara para apurar desvios de verbas e desmandos. Em Belém, médicos da UPA de Icoaraci avisaram há mais de 15 dias que podem paralisar por falta de condições de trabalho e pagamentos em atraso. O Sindmepa prevê dias sombrios neste final de ano.

BENEVIDES           

Em meados de novembro, médicos plantonistas de Benevides informaram que iriam paralisar suas atividades em função de diversos problemas que vinham enfrentando. Muitos não tinham recebido o mês de outubro e outros receberam pela metade. Além disso, as unidades funcionam sem medicamentos, insumos básicos e exames complementares. O drama se agrava ainda mais porque tanto os médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) quanto os plantonistas não possuem contrato, ficando sem qualquer direito trabalhista. A formalização de contrato de trabalho e aumento no valor dos plantões. Depois das paralisações, vários médicos foram demitidos via wathsapp. “Dr., obrigado pelo tempo que ficou conosco, mas a partir de amanhã o sr. não precisa mais ir”. Esse é o teor da curta mensagem que chegou nos celulares de vários médicos que aderiram à paralisação em Benevides. O Sindmepa já oficiou o Ministério Público sobre a situação dos médicos no local.

PARAUAPEBAS

Em Parauapebas a situação não é diferente. No hospital municipal 17 médicos permanecem há mais de 15 dias parcialmente paralisados. Por meio de uma lei municipal recém aprovada na Câmara, que limita as horas trabalhadas em plantões médicos, a Prefeitura deixou de pagar horas já trabalhadas aplicando a lei retroativamente, numa atitude totalmente ilegal. Isso sem falar em falta de condições de trabalho com a falta de medicamentos básicos como ampicilina, tramal, morfina e outros. Hoje, os atendimentos se limitam aos casos de risco de vida.

CASTANHAL

Em Castanhal, no Hospital Municipal onde funciona urgência e emergência, a demissão de vários médicos deixou a equipe em alerta desde ontem. Pacientes internados nas enfermarias, não recebem há dois dias visitas médicas. O hospital há um mês funciona sem antibiótico e falta até soro fisiológico segundo denúncias encaminhadas ao Sindmepa. A secretária de Saúde, Maria Alice, já ordenou que não sejam mais internados pacientes que venham de fora do município, o que pode provocar mais caos na região. Ao mesmo tempo, uma CPI da saúde se encaminha na Câmara para apurar denúncias de irregularidades e desvios e verbas por parte da administração municipal.

METROPOLITANA

Em Belém e Ananindeua, apesar do funcionamento normal, a situação é tensa. Na capital, o quadro não difere do interior. Salários atrasados e falta de equipamentos e medicamentos básicos tornam o ar rarefeito entre médicos e a gestão. Há ameaça de paralisação da UPA de Icoaraci a partir da próxima terça-feira. Uma audiência foi marcada com a Sesma no dia 17, quarta-feira, para tentar se chegar a um acordo. Em Ananindeua, apesar de uma audiência com a presença do próprio prefeito em novembro, até agora o acordo fechado não foi assinado e não há segurança de que os médicos vão receber o reajuste acordado, o que não garante que a qualquer momento possa eclodir novo movimento reivindicatório.

“O que se constata é que o calote das prefeituras com os médicos é generalizado. Outro absurdo é que nenhum desses médicos têm contrato de trabalho. Tudo isso acontece nas barbas dos órgãos de controle como Tribunal de Contas e Ministério Público do Trabalho. Não podemos ser otimistas com os plantões médicos no final do ano. Não há clima para confraternizar”, diz o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso, que vem acompanhando de perto o movimento pelo interior.

 

 

 

 

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