Uma contribuição importante à prevenção da deficiência auditiva da criança é o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA), popularmente conhecido como “teste da orelhinha”. É através dele que a família pode detectar precocemente se o bebê possui algum tipo de deficiência auditiva e tratar o problema.
Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que a surdez é uma das doenças mais frequentes no Brasil, por registrar de uma a duas pessoas surdas para cada mil nascidos vivos. Para ajudar a prevenir esse problema, o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) realiza toda semana, através do SUS, o teste. Porém, hoje cerca de 50% das avaliações não são realizadas, porque os pais ainda não comparecem à instituição hospitalar com as crianças.
A avaliação auditiva das crianças é feita no Bettina Ferro pelas fonoaudiólogas do Serviço de Otorrinolaringologia sempre às terças-feiras, às 8h. O exame é obrigatório, regulamentado pela Lei Federal 12.303, de 2010, a qual diz que o teste deve estar disponível em todos os hospitais e maternidades. O MS recomenda que seja realizado até aos três meses de vida da criança, com o bebê dormindo naturalmente.
Segundo a fonoaudióloga Vivianne Andraus, especialista em audiologia clínica, o exame é indolor e feito em dez minutos, por meio do aparelho Otoread, equipamento digital portátil que se baseia na produção de estímulos sonoros, bem como na percepção de retorno desse estímulo (eco). Ela diz ainda que o registro é feito pelo computador, verificando se a cóclea (parte auditiva do ouvido interno) funciona, permitindo que o resultado do exame seja entregue na hora.
Viviane informa que entre os riscos para a surdez estão o histórico da doença na família, intervenção em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por mais de 48 horas, infecções intra-uterinas (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes), baixo peso e anormalidades craniofaciais.