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Sindmepa apoia ações de saúde e cidadania no lixão do Aurá

Elas chegavam com um sorriso encantador e esbanjando simpatia por onde passavam. De vez em quando um olhar de dúvida e até mesmo de espanto era dado diante das informações e orientações que a elas eram passadas. Mas, o que mais chamava a atenção era a sinceridade na forma como agradeciam. As personagens fazem parte do projeto “Mães do Aurá”, que levou ações de saúde e cidadania às mulheres catadoras do lixão do Aurá, em Ananindeua. A ação aconteceu na manhã desta quinta-feira, 21.

A ideia de realizar o projeto surgiu a partir da iniciativa da ONG Noolhar, que em parceria com diversas instituições, idealizou uma forma de atingir mulheres da área do lixão com ações de atenção básica de saúde, informações sobre hábitos mais saudáveis e doenças crônicas não transmissíveis e suas consequências, além de ministrar exames simples como teste de glicemia capilar e aferição de pressão arterial. Para isso, a Ong contou com a parceria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), Federação Internacional das Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA – Brazil), Rede Celpa, Instituto Embelleze, Marinha do Brasil e Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa).

Além de atividades voltadas para a saúde, as catadoras também puderam aproveitar para cuidar da aparência através de serviços gratuitos oferecidos pelo Instituto Embelleze, como corte de cabelo e manicure. A Rede Celpa também esteve presente para informá-las acerca da tarifa social para consumidores de baixa renda.

“É é uma oportunidade de fazer com que essas mulheres sejam vistas pela sociedade de forma a se sentirem incluídas. As pessoas não conseguem enxergar o trabalho que é feito por elas, que a sociedade não se dispõe a fazer que é a coleta seletiva. Então nosso principal objetivo é valorizá-las como mulheres, mas principalmente como cidadãs”, explica o coordenador da Ong Noolhar, Marcos Wilson. “Nesse momento as parcerias são fundamentais pois podemos ter um alcance melhor e contínuo, pois os problemas enfrentados por essas pessoas são diários”, acrescenta.

O comitê UFPA da Federação Internacional das Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA – Brazil), juntamente com estudantes de medicina do Cesupa, levou informações quanto ao uso excessivo do álcool e do tabaco e orientações sobre alimentação e relações sexuais, além de realizar exames de glicemia e aferição da pressão arterial. “Essa ação nos ajuda a criar um olhar diferente diante da realidade vivida por essas mulheres. É algo que contribui gradativamente na nossa formação, tanto acadêmica quanto cidadã, pois estamos aplicando nossos conhecimentos de sala de aula na prática. E o principal, nos ajuda a ser médicos que também atuem na prevenção de doenças”, afirma o estudante de medicina Marcello Ferreira.

Para a presidente da Associação dos Catadores do Aurá (Asca), Ana Lúcia Moraes, a oportunidade tem sido gratificante. “Ações como estas nos deixam bastante felizes, pois mostram que ainda tem gente que se importa e valoriza nosso trabalho. É muito difícil viver numa sociedade que nos trata como invisíveis. Mas aqui só tem pessoas batalhadoras e mães de famílias que trabalham arduamente e dignamente para sustentar seus filhos”, destaca.

Apesar dos sofrimentos que já enfrentou enquanto trabalhava no lixão, inclusive o de ter a perna esquerda amputada, dona Antônia Ribeiro, de 67 anos, esbanja simpatia. Dona de um bom humor inconfundível, Antônia é um exemplo de mulher que, apesar das dificuldades, mantêm sempre um sorriso no rosto. “Trabalhar no lixão nos trás coisas boas, pois é de lá que tiramos nosso sustento, mas também trás coisas ruins”, avalia a senhora. Perguntada sobre a programação que acontecia ali ela apenas elogiava com seu sorriso encantador estampado no rosto.

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