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HPSM do Guamá virou um “campo de guerra”

“Um verdadeiro campo de guerra”. Foi assim que o diretor Wilson Machado definiu a imagem que viu no hospital do Pronto Socorro do Guamá após visita técnica realizada hoje pela manhã ao hospital por ele e o também diretor do Sindmepa, João Gouveia. Após o incêndio acontecido no HPSM da 14 na última quinta-feira, parte dos pacientes e da demanda do hospital da 14 foi transferida para o do Guamá, agravando ainda mais os problemas que já eram vivenciados naquele local.

Há pacientes internados em todos os setores do hospital, inclusive no acolhimento, área destinada ao primeiro contato com o paciente para seu posterior direcionamento. Na sala de sutura, um paciente grave recebia os primeiros socorros; e até mesmo no sossego médico, uma mesa foi instalada para o trabalho de um dos médicos. Os corredores do andar de cima também estavam lotados de pacientes, com os funcionários se desdobrando para atender a todos. “Nota-se que há três vezes mais pacientes que a capacidade que o hospital tem de atendê-los”, disse Wilson Machado.

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Para João Gouveia, isso só reflete a falta de gestão adequada do sistema. “Se a saúde já estava ruim em Belém com os dois prontos socorros funcionando plenamente, imagine agora que temos só um. Isso só reforça a fragilidade da saúde no nosso município. As onze unidades de urgência e emergência, que deveriam funcionar bem equipadas e estruturadas, têm baixa resolutividade, o que acaba onerando o resto do sistema”, disse Gouveia.

Uma coisa que surpreendeu o médico foi encontrar o centro cirúrgico em funcionando. “Há dez anos que só funcionava um dos centros cirúrgicos. De repente, por causa do incêndio, o outro passou a funcionar rapidinho. Isso é mais um sintoma da falta de gestão”, acrescentou.

Durante a visita, médicos e enfermeiros deram testemunhos dos inúmeros problemas que têm enfrentado no HPSM do Guamá. O médico Rolando Molina disse que a situação está crítica e a técnica de enfermagem, Nazaré Ferreira, destacou que as equipes ficam sem rumo, sem saber para onde direcionar os pacientes. “Estamos vivendo um caos”, desabafou.

Outra médica que atende no OS do Guamá disse que há várias discrepâncias que precisam ser corrigidas também na relação da Prefeitura com os médicos do quadro fixo. Os concursados são os mais mal remunerados recebendo R$ 3.300 para uma carga horária de 72 horas, enquanto médicos não concursados ganham R$ 1.200 por plantões de 12 horas. “Temos que lutar para melhorar os salários dos concursados e não reduzir os dos médicos contratados”, afirmou João Gouveia.

Numa Assembleia Geral que será realizada hoje à noite, no Sindmepa, estarão em pauta os problemas enfrentados pelos médicos da Sesma, tanto os dos Prontos Socorros, quanto das unidades de saúde, além das soluções apontadas pela Prefeitura e os impactos que isso terá no desempenho profissional.

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