Os problemas causados pelo incêndio no HPSM Mário Pinotti, condições de trabalho e questões salariais foram tema de uma Assembleia Geral, ontem (30), no Sindmepa, com médicos que trabalham na Sesma.
Durante a reunião vários médicos descreveram as condições em que estão trabalhando. Segundo os relatos, as unidades de saúde, com atendimento de baixa complexidade, não têm as condições mínimas para fazer sequer atendimentos simples, como curativo, sutura e drenagem, e outros procedimentos clínicos, pois os locais de atendimento não dispõem de infraestrutura necessária.
Para o médico Francisco Camacho, a precariedade nas condições de trabalho da saúde vem se estendendo há vários anos. “Eu, inclusive, tenho um mini dossiê, protocolado no CRM, com mais de 400 fotos comprovando as péssimas condições de trabalho”, disse. Entre as fotos descritas pelo médico, está a imagem de um bisturi remendado por um esparadrapo.
Para o diretor João Gouveia, o sistema de saúde funciona em rede, mas se as unidades básicas dessa rede não funcionam, as demais unidades que deveriam realizar atendimentos mais complexos tendem a ficar sobrecarregadas.
Os profissionais da medicina também se mostraram desorientados quanto ao local em que devem atuar após o incêndio no PSM da 14. Segundo um médico do PSM que esteve na reunião, o seu nome foi escalado para cumprir plantão no Hospital Samaritano, porém o local encontra-se fechado. Outro profissional também relatou sua preocupação com o seu atendimento após o acidente no HPSM, pois com o remanejamento, os seus pacientes foram distribuídos em vários hospitais de Belém.
Após a reunião, representantes de cada especialidade de saúde farão um relatório listando todas as dificuldades encontradas em seu local de trabalho e os materiais que precisam para realizar atendimento e estão em falta ou deteriorados.
Foi abordado também a desvalorização dos médicos com abonos sem correção há mais de 10 anos, como o AMAT, abono HMP e nenhuma política de educação médica continuada que será abordado em ocasião propícia até a implementação do PCCR.
Para tentar resolver essas problemáticas, uma reunião com os gestores da Sesma, representantes do Sindmepa e chefias das clinicas do HPSM da 14, foi agendada para esta amanhã para discutir o fluxo de atendimento na rede de urgência.