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Especialistas mostram em workshop os perigos que cercam a voz

“Os brasileiros que trabalham com a voz não têm cuidado bem desse seu instrumento de trabalho, especialmente por questões culturais, falam alto, gritam. Cantores de samba, pagode e axé são menos cuidadosos com a voz que os líricos”. O alerta é dado pela doutora em otorrinolaringologia Saramira Bohadana, uma das convidadas vindo de São Paulo para participar do IV Workshop de Otorrinolaringologia, que debaterá o tema “Disfagia e voz profissional: da avaliação à reabilitação”.

O evento acontece nos próximos dias 2 e 3, no auditório do Hotel Tulip Inn, realizado pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Bettina Ferro de Souza (HUBFS), da Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutora pela Universidade de São Paulo, com tese na área de Laringologia e Voz, Bohadana participa nos dois dias do evento, abordando vários assuntos sobre o tema como indicações cirúrgicas nas lesões benignas de laringe, pontuando as causas das lesões e como tratá-las, seja por meio de medicamentos ou por técnicas cirúrgicas específicas.

Segundo Christiane Menezes, fonoaudióloga e gerente do Serviço de Otorrinolaringologia, coordenado pelo médico Francisco Palheta, a finalidade do evento acadêmico é mostrar a importância de manter a voz saudável aos profissionais que a utilizam como instrumento de trabalho, entre eles estão fonoaudiólogos, médicos, professores e outros. Além de divulgar o Serviço de Otorrinolaringologia do HUBFS e incentivar a atualização científica de toda a equipe.

Abuso vocal – Segundo Saramira Bohadana, os tipos de doenças mais comuns da laringe e que afetam, principalmente, o povo brasileiro são as lesões inflamatórias, como pólipos e nódulos. “Essas doenças ocorrem devido ao abuso vocal e mau uso da voz”, afirma a médica. Natural do Pará, a otorrinolaringologista diz ainda que muitos alimentos paraenses podem produzir refluxo de ácido do estômago para a garganta, o que pode piorar a laringe e a voz.

Câncer – A partir de dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), ela destaca que no Brasil, em 2014, a incidência de câncer da laringe foi estimada em 6.870 casos novos da doença entre os homens e 770 entre as mulheres. Segundo ela, o risco estimado é de 7,03 casos a cada 100 mil homens e de 0,75 a cada 100 mil mulheres. Os números revelam que o público predominante do câncer na laringe no Pará são homens com um percentual de 80 casos (1,92%) dos quais 30 deles (4,15 %) na capital. Já para as mulheres foram 10 casos no Estado, sendo todos em Belém (0,62%). O principal fator de risco da doença é o tabagismo.

A médica afirma que nos últimos anos houve avanço técnico e cirurgicamente para tratar as lesões benignas da laringe sem afetar profundamente as pregas vocais. Quanto ao câncer, completa a médica, “o que mudou é que, atualmente, existem radioterapias mais localizadas para a laringe e quimioterapia mais eficiente e individualizada”.

Apoio – Os apoiadores do evento são o Centro de Otorrinolaringologia do Pará (COP), Centro de Pós-Graduação (CPÓS), Fonocentro, Opimed e Vale Verde Turismo.

Serviço – Continuam abertas as inscrições para o IV Workshop, que tem como tema “Disfagia e voz profissional: da avaliação à reabilitação”. A realização é do Serviço de Otorrinolaringologia, do Hospital Bettina Ferro, da UFPA, nos próximos dias 2 e 3, no auditório do Hotel Tulip Inn, na avenida Duque de Caxias, 2651, no Marco. Mais informações: 91 – 3201 7819 / 3249 7161 / 3249 9977.

Texto: Cleide Magalhães e Edna Nunes – Ascom/HUBFS/UFPA.

Fotos: Ascom/HUBFS/UFPA.

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