Mais de 100 residentes de todo o Estado estiverem presentes no Hemopa para doar sangue em protesto solidário na manhã desta quinta-feira, 24. Realizado pela Associação dos Médicos Residentes do Pará (Amerepa) o ato, que também contou com a participação dos diretores do Sindmepa João Gouveia e Waldir Cardoso, integra a manifestação nacional pela valorização da residência médica, que acontece em todo o País, das 10hs às 19hs desta quinta-feira.
Para Juciara Farias, gerente de captação de doadores do Hemopa, campanhas de doação como a realizada pelos médicos residentes, ajudam o centro a manter o estoque de sangue abastecido, mesmo em épocas de redução de doadores. “Estamos entrando no período da quadra nazarena e isso implica numa diminuição de doadores, porque grande parte da população acaba se envolvendo nas atividades do Círio. Campanhas como essas são bastante positivas, pois nos ajudam a manter o estoque sempre abastecido”, ressaltou.
Com o lema “Eu dou o sangue pela valorização da residência médica”, a paralisação visa mostrar à população que as reivindicações da categoria são em prol de melhorias na saúde pública do Estado. “Nós realmente damos nosso sangue todo dia para proporcionar atendimento digno à população. Nada melhor do que, nesse dia de manifestação nacional, pararmos as nossas atividades para doar sangue literalmente em protesto solidário, a fim de chamar a atenção quanto às condições em que se encontram os serviços de residência médica no Pará e, ao mesmo tempo, salvando vidas”, explicou Renan Pontes Cruz, presidente da Amerepa.
Ainda segundo Renan, o poder público precisa rever a qualidade das vagas destinadas à residência médica. “Nós não somos contra essas vagas, mas de que adianta se não há qualidade e estrutura suficiente para mantê-las? O que nós queremos é que a residência médica seja mais valorizada pelo poder público”, completou.
Além de melhores condições de ensino, a categoria reivindica por melhores estruturas nos hospitais, valorização e remuneração aos preceptores. Em nível nacional, os residentes querem o aumento da representação das entidades médicas na Comissão Nacional de Residência Médica e o fim da câmara recursal (que garante vitória governista nas votações); fiscalização imediata de todos os programas de residência médica do país para garantir a qualidade destes; plano de carreira e de valorização para médicos preceptores; isonomia da bolsa de residência médica com bolsas oferecidas por outros programas como o Mais Médicos e o Provab. Hoje os residentes recebem bolsas de R$ 2.600 e a bolsa do Mais Médicos fica em torno de R$ 10.000.
AGE
Após o ato, os residentes realizaram uma Assembleia Geral, na sede do Sindmepa, que reuniu representantes de todos os programas de residência do Estado. Durante a reunião, a categoria expôs as dificuldades que tem enfrentado no ensino da residência médica.
Uma nova reunião da categoria será marcada para a próxima semana, no Hospital Ophir Loyola – onde os residentes encontram maiores dificuldades no ensino médico. Durante a reunião, o grupo deve decidir sobre as próximas medidas que serão tomadas pela categoria.
O Sindmepa apoia a luta dos residentes e vem participando ativamente das manifestações da categoria. “Nós estamos dispostos a ajudar no que for preciso para que a residência médica tenha melhores condições de ensino e estrutura”, pontuou o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso.