A Câmara Municipal de Belém promoveu nesta quinta-feira, 15, audiência pública para discutir a campanha nacional Setembro Verde em Belém. O evento foi uma iniciativa do vereador Abel Loureiro (DEM) visando à conscientização e incentivo à doação de Órgãos, Tecidos e Medula Óssea. Representantes de várias entidades participaram da sessão, entre eles o diretor do Sindmepa, João Gouveia.
“Vejo a doação de órgãos como uma ação cidadã porque é um ato cujos efeitos são sentidos na sociedade como um todo. Essa sessão destaca a importância de que o cidadão deve expressar seu desejo e, também, que esse desejo seja respeitado pela família no momento da doação”, explicou o vereador Abel Loureiro.
Para o vereador, é preciso promover maior esclarecimento acerca do que significa a morte encefálica – momento fundamental para a doação de órgãos e um dos principais fatores de impedimento por parte das famílias. Médico gastroenterologista, Loureiro explicou que outro obstáculo a ser vencido é o preconceito. “Precisamos combater o medo pela deformação do corpo do doador, o que, hoje em dia, não é verdade”.
Para o diretor do Sindmepa, João Gouveia, o investimento na atenção básica de saúde é fundamental para evitar agravamentos de doenças que podem ser controladas nas unidades de saúde. Ele também lembrou que é preciso melhorar o sistema de doação/captação de órgãos no estado, incentivando ainda a doação de tecidos e medula. O médico também lembrou que é importante a pessoa que deseja se tornar doadora de órgãos expressar esse desejo à família.
O Sindmepa participa da campanha de doação de órgãos como integrante do (GT) Grupo de Trabalho de Transplantes do estado do Pará, em parceria com entidades como a Associação de Renais Crônicos para quem patrocinou sacolas de lixo para carros alusivas ao Setembro Verde e com campanhas de conscientização nas redes sociais.
O problema da doação preocupa as autoridades, já que, em vez de melhorar os índices a cada ano, a situação está se invertendo. A cada ano diminui o número de doadores enquanto a lista de pacientes em espera por um novo órgão só aumenta, chegando hoje a mais de 33 mil pessoas. Qualquer pessoa pode ajudar a diminuir esses índices doando rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos, como ossos, tendões, pele, córneas e válvulas cardíacas. Ou seja, um único doador pode salvar até dez vidas.