A Diretoria da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) tomou posse, nessa terça-feira, dia 16 de maio, em Brasília/DF, para gestão 2017-2020. A solenidade lotou o auditório Santa Cruz, do Centro de Convenções Brasil XXI e reuniu um leque de autoridades do Ministério do Trabalho, parlamentares, Justiça do Trabalho, Ordem dos Advogados do Brasil, Organização Internacional do Trabalho (OIT), União Mundial dos Profissionais Liberais (UMPL), representantes de Centrais Sindicais, confederações de trabalhadores, federações, sindicatos e um expressivo número de profissionais liberais.
O ato de posse e diplomação da diretoria marcou a cerimônia de abertura do VIII Congresso Nacional da CNPL “O Profissional Sustentável Transforma – Construindo o Futuro” para definição dos rumos e metas da entidade. Nesta edição, as diretrizes serão subsidiadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os itens elencados nessa agenda, estão previstas ações relacionadas à igualdade de gênero, crescimento econômico, investimento em educação, trabalho decente, industrialização, redução das desigualdades, cidades sustentáveis, entre outras iniciativas.
A preocupação com o caminhar das “contra reformas”, que caracterizam desmonte, conduziu todos os pronunciamentos para o fortalecimento da luta unificada por um bem maior: os trabalhadores. O presidente da Confederação, Carlos Alberto Schmitt de Azevedo, reforçou o importante papel da entidade frente ao crítico cenário de retrocessos do Brasil e reiterou o compromisso assumido junto aos mais de 15 milhões de profissionais liberais em todo o país. “Acreditamos que as diretrizes e metas da gestão, alicerçadas a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, irão contribuir para a responsabilidade individual dos profissionais liberais, como agentes de transformação no âmbito social, sustentável, político e de trabalho”, ressaltou.
Para o presidente reeleito da CNPL, a temática escolhida para o Congresso da entidade se encaixa perfeitamente nas profundas transformações que vêm ocorrendo, ao redor do mundo nas questões de trabalho e emprego e também nos meios e formas de produção, o que exige que os trabalhadores não só repensem, como também se adaptem à realidade dos novos tempos. “Os trabalhadores, em maior escala, devem se conscientizar que esse planeta é o nosso lar e que devemos tratá-lo com muito respeito e carinho. Dele depende a nossa vida e dos nossos dependentes e, portanto, devemos rever, aprimorar e implantar práticas de trabalho e produção de bens e serviços em consonância com a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente”, pontuou.
Para a Diretoria da CNPL, entre o primeiro Congresso e este que se inicia, deu-se em um cenário político e social permeado por uma crise intermitente. “Quando da realização do VII Congresso, em junho de 2013, tivemos o país convulsionado pelas manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas exigindo mudanças de gestão, moralidade e governança. Como sabemos, de lá para cá, a situação deteriorou-se ainda mais e o que era crise transformou-se em caos, com o esfacelamento do estado brasileiro em todos os níveis. Mesmo assim, foi um período muito positivo da CNPL, pois pudemos exercitar na plenitude o trabalho de representação dos profissionais liberais, ampliando conquistas e lutando pela consolidação dos direitos”, destacou Azevedo.
Trabalho de conscientização
Para o presidente da CNPL, essa nova gestão tem a responsabilidade de não só se opor, como também conscientizar os trabalhadores e a sociedade em geral sobre as reformas estruturais que estão sendo implementadas pelo governo federal em cumplicidade com o parlamento. “Vivenciamos um momento turbulento e de transição onde se destaca a falta de confiança da sociedade nas principais instituições do País. Por conta disso, acreditamos não ser a hora nem o momento de que os que hoje ocupam o poder de forma transitória venham a apresentar reformas estruturais, quaisquer que sejam, vindas de uma base política sem qualquer representatividade ou apoio popular, principalmente por estarem sendo impostas de forma unilateral, autoritária, sem nenhum tipo de diálogo, trazendo tão somente retrocesso e prejuízo para a população”, explicou.
No entendimento da CNPL, essas reformas trazem em seu bojo a desigualdade trazem em seu bojo a desigualdade, a iniquidade e a desonestidade por estarem sendo apregoadas como o bálsamo para todas as mazelas da vida nacional, tanto no campo da política, na esfera econômica, quanto nas relações e emprego. Para a Confederação, os poderes constituídos, em todos os níveis, antes de exigirem ou imporem sacrifícios à população e aos trabalhadores em particular, deveriam cortar na própria carne, enxugando a máquina pública, cortando privilégios e mordomias, tapando o ralo por onde escorrem o desperdício e a má gestão dos recursos, aliada com a praga da corrupção. Além disso, a CNPL entende que a falta também aos gestores governamentais se municiarem da devida coragem para realizar o enfrentamento com notórios e poderosos sonegadores com o intuito de ‘repatriar’ esse dinheiro devido à população brasileira.
O toque de unanimidade contrária a imposição pelo governo das reformas em questão foi dado pelo deputado federal, Marco Maia (PT-RS), oriundo do movimento sindical e ex-presidente da Câmara dos Deputados, que proclamou em alto e bom som sentir-se envergonhado com o fato de o Congresso Nacional trair a classe trabalhadora e a sociedade brasileira com medidas que impactarão negativamente em suas vidas. “Em quatro mandatos como membro do parlamento brasileiro, é a primeira vez que presencio um cenário de precarização dos direitos trabalhistas. Nem na época da ditadura militar, havíamos presenciado forte tentativa de transformação do Brasil em um país de escravos, como agora. É inaceitável aceitar um Congresso que queira acabar com a aposentadoria da classe trabalhadora. Não faz sentido retroceder direitos já conquistados. Tenho convicção que o trabalho da CNPL irá contribuir para reverter a atual situação do país”, completou.
Fonte: CNPL