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SBP: É preciso juntar forças contra a mortalidade infantil

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou na última segunda-feira (16) nota pública em que pede o empenho das autoridades sanitárias no enfrentamento das reais causas para o aumento da taxa de mortalidade infantil no Brasil. Pela primeira vez desde 1990, o indicador voltou a subir, atingindo 14 óbitos infantis a cada mil nascimentos, o que representa um aumento de quase 5% sobre o ano anterior, retomando índices similares aos dos anos 2013 e 2014. O Sindmepa se associa à Sociedade na preocupação com esses índices. Segue a nota da SBP na íntegra:

É extremamente grave e preocupante o anúncio feito pelo Ministério da Saúde de aumento na taxa de mortalidade infantil no Brasil, o que interrompe um ciclo de queda contínua desse indicador que já durava 26 anos. Na avaliação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a epidemia de zika vírus e os efeitos da crise econômica no País sobre a população não podem ser considerados como os únicos responsáveis pela alta desse indicador. Para tanto, devem ser empreendidos esforços das autoridades sanitárias, para entender as causas reais dessa tendência e adotar ações estratégicas para revertê-la.

A SBP tem continuamente alertado o Governo e os gestores dos Sistema Único de Saúde (SUS) acerca dos inúmeros problemas que, certamente, podem ter influenciado o aumento desse número. Dentre eles, se destacam a falta de recursos e de infraestrutura para funcionamento da rede pública de assistência; a desvalorização dos profissionais que prestam cuidados (médicos e demais membros das equipes); o desmonte das equipes especializadas no atendimento de crianças, sobretudo nas salas de parto e nos primeiros anos de vida; e a dificuldade de acesso dos pacientes aos serviços de saúde (consultas, exames, internações e cirurgias).

Na avaliação de futuros cenários, também não se pode ignorar fatores como a baixa cobertura vacinal e o risco do aumento da incidência de doenças infectocontagiosas (sarampo, meningite, tuberculose, sífilis congênita, dentre outros). O País está diante de um quadro multifatorial, que atinge a parcela mais frágil e vulnerável das famílias, cuja superação depende de um esforço conjunto de Governo, médicos, profissionais da saúde, organizações da sociedade organizada e cidadãos.

Como contribuição para o debate que deve ser imediatamente inaugurado, a SBP prepara um documento com propostas a serem implementadas pelo Governo – atuais e futuros. O texto, que será entregue às autoridades federais e aos candidatos as Eleições Gerais de 2018, aponta, entre outros pontos, a necessidade urgente de que toda criança e sua família conte com o suporte de um pediatra no pré-natal, na sala de parto e no acompanhamento que se estende do nascimento ao fim da adolescência.

Entende-se que o cumprimento dos pontos inseridos nesta pauta é indispensável ao País para que a construção de uma Nação mais justa, ética e saudável, com pleno atendimento das necessidades das futuras gerações a partir de agora.

Rio de Janeiro (RJ), 16 de julho de 2018.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA

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