Um médico de um posto de saúde de Alter do Chão, em Santarém, foi duramente insultado e agredido verbalmente pelo marido de uma paciente que exigia a prescrição de cloroquina para a esposa como tratamento para a Covid 19. “O médico recusou-se a prescrever o medicamento, explicando que não existe nenhuma evidência científica de que seja, de fato, eficaz no tratamento da doença”, relatou a delegada do Sindmepa em Santarém, Nastia Irina de Souza Santos.
O marido da paciente ainda postou nas redes sociais injúrias ao médico, classificando a atitude do profissional como “ideológica” e pedindo a saída dele do atendimento no posto. Hoje, o Sindmepa publicou nota de repúdio contra a agressão ao médico.
Na nota, o Sindmepa ressalta que o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou o Parecer nº 04/2020, estabelecendo critérios e condições para a prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina, com a ressalva de que “não há evidências científicas sólidas” de que essas drogas tenham eficácia na prevenção e tratamento dessa doença.
Destaca ainda que “é direito do médico indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente”. E observa que desrespeitar o médico em seu ambiente de trabalho, “interferindo, restringindo ou impondo que o médico seja conivente com método terapêutico duvidoso, além de atentar a honra e a reputação deste, por meio de difamação em redes sociais, afronta não somente a este profissional, mas sim a toda a classe médica do Estado do Pará”.
O Sindmepa já encaminhou o caso para a sua assessoria jurídica que irá tomar as providências legais que o caso requer. “Tal atitude não será tolerada. Além de retratação pública, já estão sendo tomadas providências administrativas e jurídicas junto às autoridades competentes”, afirma o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso.
Leia a nota de repúdio na íntegra: https://bit.ly/343gIaB