Nesse dia Internacional da Mulher o Sindmepa homenageia as mulheres paraenses relembrando um pouco da história da primeira médica mulher do estado do Pará: Anna Turan Machado, nascida em Igarapé Miri, no engenho da família, em 28 de abril de 1862, há 158 anos. Foi pioneira na missão de curar o próximo, e primeira a enfrentar a dura jornada de uma mulher a encarar a profissão de médica em nosso estado.
Coube aos médicos pesquisadores Aristoteles Guilliod de Miranda e José Maria de Castro Abreu Jr. Do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, resgatar a história de nossa primeira médica em artigo intitulado: Anna Turan Machado Falcão (1862-1940): a pioneira médica esquecida da Amazônia, onde contam a saga da moça nascida em um engenho que ousou estudar e, ainda, a mais dura das disciplinas, a medicina.
Antes de partir para o desafio da busca de escolas que aceitassem mulheres, teve que enfrentar o preconceito dentro de casa, onde cabia ao filho homem as honras de entrar para a universidade. Como o irmão Antonio não demonstrava interesse pelo estudo, Anna Turan pôde contar com a ajuda dos pais para seguir em busca do seu sonho.
Inspirada em outras duas pioneiras, Maria Augusta Generoso Estrela, carioca que estudou nos USA; e Josefa Águeda Oliveira, que também estudou nos USA, Anna Turan seguiu para Nova Iorque em 1882 para a mesma faculdade em que as outras brasileiras haviam estudado, o New York Medical College and Hospital for Women, acompanhada de seu pai e da irmã, Maria, que lá permaneceu, estudando piano no conservatório.
Após cinco anos de estudo, Anna formou-se em 19 de abril de 1887, em uma turma composta por dez mulheres. Ainda teve que passar por mais dois anos de estudos para a revalidação do diploma na Faculdade de Medicina da Bahia.
O primeiro grande desafio seria no seringal do Acre para onde mudou-se com a família em 1909 e enfrentou doenças tropicais e a temida febre espanhola: “Agora, em plena floresta, tudo dependeria de sua habilidade no combate às doenças, como a malária, endêmica na região, e o surto de gripe espanhola, que chegaria até aquele longínquo rincão, provavelmente carreada pelas levas migratórias dos nordestinos que iam trabalhar nos seringais”.
A dra. Anna Turan Machado Falcão faleceu em 1940, aos 77 anos de idade, em São Paulo. No Acre, uma escola perpetua o nome desta pioneira da medicina brasileira e paraense. O texto completo sobre a história da dra Anna pode ser acessado em http://scielo.iec.gov.br/pdf/rpas/v3n1/v3n1a02.pdf.