Médicos do Hospital do Pronto Socorro Municipal Humberto Maradei Pereira, o PSM do Guamá, relataram ao Sindmepa que foram informados na última segunda-feira, 29, que o Departamento de Urgência e Emergência da Sesma (Deue) determinou a redução do corpo de clínica médica do hospital, após o anúncio de que o serviço passará a ser utilizado exclusivamente como hospital de retaguarda para pacientes com covid-19. Com a redução, o hospital passará a atender com dois médicos na porta, em vez de três, e o médico da escala, que estava há menos tempo no serviço, será dispensado com a alternativa de ser realocado em Upas.
Segundo as denúncias, o prazo para o início deste acordo seria no início de abril, ou seja, tempo menor que 30 dias de aviso prévio aos profissionais que prestam serviço no hospital para que pudessem reorganizar suas escalas. A redução de médicos clínicos, de extrema importância no contexto da pandemia, além de prejudicar os médicos que serão dispensados, afeta os demais profissionais, pois serão sobrecarregados devido à demanda de atendimentos realizados no hospital.
“A questão é um grande desrespeito com quem é colaborador do serviço. Sobrecarrega os colegas da porta e deixa os médicos que perdem a escala sem seu planejamento. Além disso, sobrecarrega outros médicos de setores críticos, por consequência. Além de ser também desrespeitoso com os colegas das Upas que podem ter suas escalas ameaçadas por tal decisão”, disse um médico do hospital que prefere não ser identificado.
Ainda de acordo com as denúncias, o Hospital e pronto socorro possui demandas urgentes que não estão sendo solucionadas, como a falta de insumos de uso corriqueiro. “Ao que parece, não são tão urgentes quanto reduzir o quadro de colaboradores”, desabafou um médico. O Sindmepa enviou ofício à Sesma para que se pronuncie sobre os problemas apontados no hospital do Guamá.