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Cirurgias e atendimentos voltam a subir em 2021, mas entidades médicas alertam para os efeitos do pós pandemia

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a realização de procedimentos médicos ambulatoriais eletivos voltou a crescer, mesmo com a pandemia de covid-19. Segundo o Ministério, foram realizados 50 milhões de procedimentos médicos no primeiro semestre deste ano, 20% a mais em comparação com o mesmo período de 2020, 41,6 milhões. No entanto, se comparado aos dados de 2019 os resultados ainda estão em queda de 14%.

Assim como os procedimentos ambulatoriais, o número de cirurgias eletivas demonstra recuperação, principalmente nos meses de abril, maio e junho deste ano. Porém, mesmo com o aumento no primeiro semestre, de 1,5% em relação ao ano anterior, não foi suficiente para alcançar a quantidade de procedimentos realizada no ano anterior à pandemia.

A queda no número de consultas, exames de rastreamento e outros procedimentos tem preocupado entidades médicas. Em abril deste ano, representantes de sociedades de especialidades defenderam junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) a necessidade urgente de se planejar ações para retomada desses atendimentos, com objetivo de estimular a população a buscar atendimento médico para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças.

Durante a pandemia, a indicação ou contraindicação cirúrgica precisou considerar o perfil epidemiológico de cada localidade, as recomendações técnicas das autoridades sanitárias e do executivo local, além das atualizações propostas pelas sociedades de especialidades. Entre as soluções propostas para enfrentar esse desafio estão a realização de campanhas voltadas aos pacientes, especialmente aqueles com doenças crônicas, para que não abandonem seus tratamentos.

SUSPENSAS

Outro fator que está diretamente ligado ao crescimento lento de atendimentos e cirurgias é o fato de que o Brasil deixou de realizar ou adiou pelo menos 2,8 milhões de cirurgias eletivas em 2020, devido à pandemia. De acordo com o CFM, procedimentos simples como a cirurgia de catarata, hérnia, vesícula, varizes e postectomia estão entre os mais afetados. Assim como os procedimentos ambulatoriais, a redução no volume de cirurgias, hospitalares ou ambulatoriais, afetou todas as regiões do país.

Segundo o Ministério, entre março e dezembro do ano passado o SUS realizou cerca de 4,6 milhões de cirurgias eletivas, quase 3 milhões abaixo dos 7,5 milhões acumulados no mesmo período de 2019. Os resultados mostram uma redução de aproximadamente 1 milhão de cirurgias relacionadas a pequenas cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa e 418 mil cirurgias do aparelho da visão, além de impacto expressivo em procedimentos ligados ao aparelho digestivo (-276 mil), geniturinário (-211 mil), e outros.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais concentram as reduções mais significativas, com 673,9 mil (redução de 31%) e 263 mil (-38%) a menos, respectivamente.  Em termos percentuais, a diminuição mais considerável foi no Acre, com queda de 58%, e Rondônia com 51%. Contudo, o Amapá se manteve em alta e teve aumento no período, de 6,3 mil (115%) procedimentos a mais.

Com informações de Portal CFM

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