O Norte está entre as regiões com as menores densidades de médicos especialistas do país, a exceção da Medicina de Família e Comunidade, que apresenta taxas mais elevadas em estados do Norte e Nordeste, e entre os estados com menor densidade de médicos residentes por 100.000 habitantes, de acordo com a Demografia Médica no Brasil 2023, produzida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
O levantamento considerou sete principais especialidades, onde constatou que o Pará possuí 872 especialistas em Clínica Médica; 728 em Pediatria; 203 em Medicina de Família e Comunidade; 583 em Ginecologia e Obstetrícia; 664 em Cirurgia Geral e 259 especialistas em Cardiologia. As maiores densidades nas especialidades analisadas estão no Sul e Sudeste, além do Distrito Federal.
Em 2022 o Brasil possuía 321.581 médicos com um ou mais títulos de especialistas, o que representa 62,5% dos profissionais em atividade no país. Os demais eram médicos generalistas, sem titulação em especialidade.
Ao observar que a oferta de vagas de graduação em medicina vem aumentando no país, em curto prazo o número de médicos sem formação especializada deverá aumentar ainda mais, caso não haja ampliação de vagas de Residência Médica.
RESIDÊNCIA
A Demografia Médica mostra que em 2021, 4.950 programas de Residência Médica estavam credenciados no Brasil. Naquele ano, os 41.853 médicos que cursavam Residência representavam cerca de 8% do total de médicos em atividade no país.
O estado de São Paulo concentra 33,3% de todos os residentes, seguido por Minas Gerais (11,1%), Rio de Janeiro (10%) e Rio Grande do Sul (7,1%). Entre os que possuem menos de 1% do total de residentes do país estão Mato Grosso e todos os estados das regiões Norte e Nordeste.
Em relação as unidades federativas com maior densidade de médicos residentes por 100.000 habitantes estão Distrito Federal (44,92), seguido por São Paulo (29,86), Rio Grande do Sul (25,84) e Rio de Janeiro (24,06). O estado do Maranhão apresenta a densidade mais baixa (4,57), seguido por Amapá (5,13) e Pará (7,10).
A Demografia mostra que em 2021 o Pará contava com nove instituições que ofereciam Residência Médica em todo o estado, incluindo 79 programas e 623 médicos residentes, onde 254 destes eram R1.
As vagas de R1 disponíveis no Brasil não têm sido suficientes para formar especialistas em quantidade equivalente aos novos registros de médicos formados no ano anterior. Principalmente no Pará, onde há necessidade da ampliação de vagas de Residência Médica nos Hospitais Regionais do interior do estado, como Marabá, Santarém e Altamira.
“A residência médica é o padrão ouro na formação de especialistas e uma das melhores formas de fixação de médicos onde os programas são realizados. Dois motivos para termos mais programas de residência médica, particularmente, no interior do Estado”, frisa o diretor financeiro do Sindmepa, Waldir Cardoso.