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Doenças respiratórias evitáveis são a maior causa de morte entre crianças indígenas

Dados do Sistema de Atenção à Saúde Indígena (Sesai) apontam que o índice de mortalidade entre os povos indígenas, principalmente na faixa a partir dos 50 anos é 40% maior que no restante da população. Contudo, os números relacionados à mortalidade infantil soam ainda mais preocupantes. Entre os óbitos em menores de um ano, 64,1% foram classificados como evitáveis, sendo que 21,6% por causas reduzíveis por ações de diagnóstico e tratamento adequado, cuja principal causa são doenças respiratórias.

Os índices foram apontados pelo médico e pesquisador João Guerreiro, durante o debate sobre saúde indígena promovido pelo Sindmepa, por meio do seu Núcleo Acadêmico, como parte da programação Diálogos Amazônicos. A mesa contou com a participação do diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso; do assessor jurídico, Yúdice Andrade e da médica, Eliniete Fidelis.

As doenças parasitárias e infectocontagiosas seguem entre as principais causas de morte entre os indígenas. Tuberculose e Malária ainda são um sério problema nas aldeias. Segundo o médico, merecem atenção especial dos órgãos públicos. Já Sífilis e Hepatites virais aparecem em baixos índices.

Além disso, quadros de obesidade, diabetes e sobrepeso têm se intensificado. O médico também ressaltou as patologias sociais, como a violência e o consumo de álcool e drogas. A saúde mental da população indígena também necessita de atenção especial. Os dados mostram que os indígenas são os que mais cometem suicídio (15,2 óbitos/100 mil habitantes), quando comparados aos brancos (5,9/100 mil habitantes) e negros (4,7/100 mil habitantes).

A cobertura vacinal também foi pautada durante o evento. O médico João Guerreiro afirmou que grande parte dos DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena, tem cumprido com as metas estabelecidas.

Um dos grandes desafios enfrentados com a vacinação nas aldeias ocorreu durante a pandemia de Covid-19, quando algumas entidades religiosas desestimulavam a imunização, relembrou a médica Eliniete Fidelis.

“O evento escancara o fato de que a dívida social que temos com os povos originários está longe de ser saldada. Fiquei impactado com a informação de que, durante a pandemia, igrejas entraram nas aldeias recomendando que os indígenas não se vacinassem. Um crime de lesa saúde”, afirmou Waldir Cardoso.

Os resultados dos debates vão compor o relatório que será enviado ao Governo Federal como contribuição da sociedade civil às discussões sobre os problemas da Amazônia.

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