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Precarização das relações de trabalho assombram o Dia do Médico

Há 42 anos o Sindicato dos Médicos do Pará luta para melhorar as condições de trabalho da categoria, contudo, há cada ano os desafios aumentam. Atualmente um dos maiores problemas é a pejotização do trabalho médico, onde os profissionais são obrigados a terceirizar sua mão de obra, perdendo direitos trabalhistas e sujeitos a calotes, seja por parte das Organizações Sociais, empresas privadas e do próprio poder público.

“Nós médicos, temos pouco a comemorar em nosso dia. A precarização das relações de trabalho e a falta de um piso salarial nos transformam em boias-frias da saúde, pulando de um local de trabalho para outro e levando calote de inescrupulosos ‘empresários’ da medicina e atravessadores do trabalho médico”, frisa o diretor financeiro do Sindmepa, Waldir Cardoso.

Exemplo dessa realidade é o que vivem os profissionais que trabalharam para a Organização Social Instituto de Saúde Santa Maria (Idesma), que há nove anos, aguardam para receber o que tem direito após serem demitidos pela Organização Social que teve seu contrato rescindido com o Hospital Metropolitano e demitiu, em 2012, todos os seus 144 médicos prestadores de serviços, sem pagar direitos trabalhistas. Em audiência de conciliação recente, não houve acordo entre os representantes e o Sindmepa se dispôs a marcar uma assembleia geral com os médicos da ação.

Para o diretor de comunicação do Sindicato, Wilson Machado o Dia do Médico, celebrado nesta quarta-feira (18), merece uma atenção especial da parte dos profissionais, pois as políticas de saúde têm causado prejuízos para a categoria. Além da precarização das relações de trabalho, muitos médicos têm perdido o interesse pela contínua qualificação profissional, como consequência da falta de valorização do seu trabalho.

“Esses são assuntos que precisam de uma profunda reflexão para que a gente possa reverter parte dessa desvalorização feita pelas autoridades públicas responsáveis pela saúde do País, e até na iniciativa privada, que vê a mercantilização da saúde. Para valorizar a saúde da população é preciso valorizar o médico”, ressalta.

Já o diretor de assistência jurídica, Paulo Bronze, chama a atenção para o desafio na abertura de novas escolas médicas sem a estrutura necessária para formar bons profissionais. “Dentro do ensino médico existe a dificuldade em avaliar essas escolas e os próprios alunos. É possível observar que não há o incentivo por parte das Universidades para evoluir o corpo docente, pois não se investe em ensino sem a devida remuneração aos docentes”, resume.

O diretor ainda menciona a discrepância dos salários ofertados em Concursos Públicos, devido a falta do plano de cargos carreiras e salários. Em janeiro deste ano, o Sindmepa e sindicatos médicos de todo o Brasil filiados à Federação Médica Brasileira enviaram um documento ao vice-presidente, Geraldo Alckimin, reivindicando pautas da saúde que precisam ser negociadas e colocadas em prática pelo Governo Federal. Entre elas, a implementação do Plano de Carreiras e o fortalecimento do SUS. Mas é evidente a falta de boa vontade dos governantes em resolver o problema.

Apesar dos desafios, o Sindmepa deseja que neste Dia do Médico a classe se una aos debates e participe da luta pelo ensino médico de qualidade e fortaleça as discussões sobre formas de combate à precarização do serviço médico.

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