Professores da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) realizaram estudo que constatou que pacientes que morreram em decorrência do novo coronavírus desenvolveram fibrose nos pulmões. Segundo o estudo, os pacientes que se recuperarem e sobreviverem à covid-19 provavelmente vão ter a sequela pulmonar.
Os pesquisadores compararam seis amostras pulmonares de pacientes vítimas de covid-19 severa, com dez fragmentos de pulmões de indivíduos infectados pelo vírus H1N1pdm09, responsável pela pandemia de gripe suína em 2009, e 11 amostras de pacientes que morreram por problemas cardíacos ou oncológico e não tiveram lesão pulmonar como causa da morte.
Os professores identificaram que na covid houve mais fibrose. Isso porque a lesão pulmonar por covid é mais afeita a fazer fibrose. Outro motivo é que a doença provocada pelo vírus é mais longa. No H1N1, em três dias o paciente ia a óbito ou começava a recuperar o pulmão. Já na covid, os pacientes ficam 30 dias na UTI.
Segundo informações da Escola de Medicina da PUCPR, a fibrose torna os tecidos espessos e rígidos, limitando a capacidade respiratória dos pulmões, uma vez que a condição dificulta a absorção e transferência de oxigênio para a corrente sanguínea. Os pesquisadores definiram três ou quatro moléculas chave que estão envolvidas com a fibrose, para poder sugerir um meio de bloqueio.
O resultado do estudo foi publicado na revista Scientific Report, considerada uma das principais publicações científicas do mundo. Agora, o estudo terá continuidade com 25 pacientes que morreram de covid-19, com a permissão das famílias para a biópsia. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Com informações de Agência Brasil